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Alimentos para os rebanhos na seca serão demonstrados em dia-de-campo organizado pela Embrapa

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Palhas secas de milho, gravetos e capins secos, restos de plantas res-sequidos. Todos esse materiais que costumam compor o quadro de desolação da caatinga na época de estiagem, podem ser transformados em forrageiras de bom nível nutricional para os rebanhos do semi-árido. A maneira de operar essa transformação será demonstrada no dia de campo que a Embrapa Semi-Árido (Petrolina/PE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realiza amanhã, dia 3 de outubro, a partir das 8h30, em sua sede.

Submetidos a uma solução que tem por base a amônia, as fibras duras daqueles materiais amolecem e tornam-se digestíveis pelos animais. Além disso, o teor de proteína bruta que se encontra baixo nas palhas, com a amonização apresenta crescimento significativo.

Assim, um material seco, de baixa qualidade forrageira, torna-se um alimento capaz de atender boa parte da demanda nutricional dos animais. A abundância de plantas secas em boa parte do ano no semi-árido, torna a amonização uma técnica viável, de baixo custo, para os sistemas de produção pecuária no semi árido nordestino.

Outra alternativa - O feno de maniçoba é outra alternativa de fonte alimentar para os rebanhos na época seca que será apresentada no dia-de-campo organizado pela Embrapa. A maniçoba é uma planta nativa da caatinga. A despeito de ser uma boa forrageira, enfrenta resistências por parte dos produtores que a incluem na dieta alimentar dos rebanhos e chegam a arrancá-la de suas propriedades. O problema é que essa planta tem dois aminóacidos que, ao entrarem em contato com a água na barriga do animal, formam uma enzima que dá origem ao ácido cianídrico que é muito tóxico.

Pesquisas realizadas pela Embrapa, contudo, apontam-na como uma forrageira de boa qualidade, quando comparada com outras forrageiras tropicais. Segundo o pesquisador Clóvis Guimarães, a maniçoba é um recurso de uso estratégico muito importante para a pecuária do Nordeste: é tolerante à seca, tem níveis de proteína bruta acima de 20% e de digestibilidade superior a 62%.

Ao invés de arrancá-la os, produtores deveriam cultivá-la, aconselha Clóvis. Há maneiras muito seguras de tornar o material forrageiro oriundo da maniçoba ficar praticamente isento dos teores de ácido cianídrico. Uma delas é a desidratação na forma de feno. Segundo o pesquisador, fornecidas como fonte exclusiva de volumoso para ovinos, o feno de maniçoba levou os animais a terem ganhos de peso próximo a 100g/cabeça/dia. Usado na suplementação da dieta de novilhos alimentados exclusivamente com feno de capim buffel, os animais apresentaram ganhos superiores a 700g/cab/dia.

O dia-de-campo é destinado aos pecuaristas da região, principalmente os caprino-ovinocultores. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na Área de Comunicação Empresarial da Embrapa Semi-Árido pelo telefone (87) 3862 1711 ramal 214.

Mais informações: Clóvis Guimarães Filho - pesquisador, Embrapa Semi-Árido - tel. (87) 3862 1711 r 103 Endereço eletrônico: clovisg@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro Embrapa Semi-Árido Telefone: ( 87) 3862. 1711 r 234/235 Endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br  

Tema: Ecossistema\Semi-Árido 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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