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Aliança Láctea Global quer eliminar as distorções do mercado mundial

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Uma reforma substancial no comércio internacional de produtos lácteos é o principal objetivo da Aliança Láctea Global. Ela foi criada por representantes do setor lácteo do Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Austrália e Nova Zelândia em encontro ocorrido em outubro, em Buenos Aires/Argentina. "É preciso criar maiores oportunidades comerciais no mercado mundial de lácteos. Para tanto, há a necessidade de uma interação do setor leiteiro e dos governos dos países membros da aliança, no intuito de fortalecer a posição dos negociadores em defesa da eliminação das proteções existentes no mercado internacional". A afirmação é de Duarte Vilela, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora/MG), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Somente nos 15 países de economia mais forte do mundo foram gastos 324 bilhões de dólares em subsídios, entre 1998 e 2001. Do total, 45 bilhões de dólares foram para o setor de lácteos. " Atualmente, o segmento leiteiro é o que atrai mais apoio governamental, o que gera graves distorções", reforça Vilela. Ele lembra que a carne vem em segundo lugar, mas com uma grande diferença, 28 bilhões de dólares. "O apoio doméstico estimula o aumento de produção sem considerar as forças de oferta e demanda. Isto gera um ambiente artificial, que favorece a formação de excedentes de produção, que geralmente são exportados e deprimem o preço no mercado mundial", explica.

As estratégias para enfrentar as distorções que sustentam as bases atuais do comércio de lácteos começarão a ser traçadas durante o 2º Congresso Internacional do Leite. O evento vai acontecer entre os dias 4 e 7 de dezembro, no Hotel Carimã, em Foz do Iguaçu (PR). A reunião dos membros da aliança está marcada para o dia 7, sábado, a partir das 9h.

Mercado interno - A redução das distorções de mercado permitirão um aumento das exportações de países como o Brasil, que não subsidiam a produção. As exportações criam oportunidade para a expansão das economias, favorecem produtores e indústrias e contribuem para a estabilização dos preços praticados, avalia Duarte.

Especialmente com relação ao Brasil, ele alerta sobre algumas medidas que são necessárias para tornar o país mais competitivo no mercado internacional. "A alternância de escassez e de excesso de oferta de leite no mercado interno vem gerando sérios problemas para o setor. Tal condição impede a estabilidade e previsibilidade dos preços recebidos pelos produtores e interfere no mercado externo".

No entanto, Duarte lembra que várias medidas vêm sendo tomadas para favorecer o crescimento das exportações. Ele cita a Instrução Normativa nº 51, publicada pelo Ministério da Agricultura. Ela estabelece critérios mais rígidos para a produção, identidade e qualidade do leite. Durante o 2º Congresso Internacional do Leite será elaborada também uma agenda de políticas públicas a ser entregue para a equipe de transição do governo eleito. "Com o novo governo ciente da força do setor lácteo poderemos avançar ainda mais", conclui.

Marcos La Falce -3526 - DRT/MG Embrapa Gado de Leite Tel: (32) 3249 - 4719 Endereço eletrônico: mlafalce@cnpgl.embrapa.br

 

Tema: Produtos Agropecuários\Pecuária e Pastagens\Gado de Leite\Leite 

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