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Guarujá discute produção de sementes e mudas de árvores nativas para recuperar áreas degradadas

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No próximo dia 20 de fevereiro acontece no Guarujá, litoral do estado de São Paulo, o III Workshop Regional "Espécies Florestais Nativas para Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas", promovido pelo Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Esalq/USP em parceria com a Embrapa Transferência de Tecnologia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O evento tem também a participação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, com o apoio da Fapesp e CNPq, e a colaboração da Rede de Sementes Florestais Rio–São Paulo, da Prefeitura Municipal de Guarujá e patrocínio da Sociedade dos Amigos do Iporanga (SASIP).

A proposta dos Workshops Regionais é chamar a atenção dos órgãos de fiscalização ambiental, viveiristas, profissionais e pesquisadores que atuam com projetos de recuperação ambiental, sobre a importância do uso de espécies arbóreas regionais com elevada diversidade florística e genética nos projetos de restauração, como estratégia para viabilizar a recuperação da fisionomia florestal e de processos ecológicos, garantindo a auto-perpetuação da floresta.

Os Workshops Regionais devem abranger todas as regiões ecológicas do estado de São Paulo, possibilitando o debate sobre legislação e fiscalização ambiental, metodologia de projetos de restauração florestal e produção de sementes e mudas de espécies florestais nativas regionais.

O objetivo principal do workshop é transferir resultados do projeto Matrizes de Árvores Nativas, desenvolvido pelo Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LERF) da ESALQ/USP. Este projeto, que é financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem como proposta a marcação de matrizes arbóreas para a coleta regional de sementes de espécies nativas no estado de São Paulo e a disponibilização das informações ecológicas e tecnológicas, visando a produção de mudas das principais espécies florestais do estado.

Na prática, o projeto visa marcar árvores nativas em fragmentos florestais, utilizando critérios técnicos adotados pela pesquisa para que estas árvores sejam as matrizes provedoras de sementes destinadas à produção de mudas para projetos de recuperação de áreas degradadas.

As questões da diversidade de espécies e diversidade genética das sementes de árvores nativas, são dois pontos destacados nos workshops pelo Prof. Ricardo Ribeiro Rodrigues do Departamento de Ciências Biológicas da ESALQ/USP. Segundo Rodrigues, os projetos de recuperação de áreas degradadas devem garantir a diversidade florística que é a principal característica das florestas nativas, para que garantam sua sustentabilidade.

É importante reconhecer que cada ecossistema -(cerrado, floresta estacional semidecídua, restinga, etc.), possui características próprias e regionais quanto as espécies ocorrentes e aos processos mantenedores . Restaurar um ecossistema é uma atividade que depende de conhecimento profundo do ambiente para poder recriá-lo, afirma Ricardo Rodrigues, por isso a importância de organizar a produção de sementes de forma regionalizada, utilizando sementes com origem conhecida.

A Resolução SMA/21 de 21/11/01, da Secretaria do Meio Ambiente, que dá orientação para o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas, é um importante instrumento da legislação ambiental, pois, exige a utilização de um número mínimo de espécies nativas na recuperação de áreas degradadas e apresenta uma lista de espécies regionais, respeitando os diferentes tipos florestais das regiões ecológicas do estado.

Segundo Luiz Mauro Barbosa, do Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, os viveiros florestais produzem em média 30 espécies de mudas de árvores nativas enquanto que o recomendável para projetos de restauração ambiental seriam pelo menos 100 espécies. É importante a participação de proprietários rurais, associações e Ongs na produção de sementes florestais. A Rede de Sementes Rio - São Paulo e a Embrapa Transferência de Tecnologia, enfatizam a necessidade da organização de entidades para a coleta de sementes florestais tanto nas áreas públicas como nas particulares.

O Workshop vem facilitando a comunicação entre os diversos segmentos envolvidos na recuperação ambiental, possibilitando o entendimento da importância de reproduzir a diversidade da natureza em projetos de recuperação florestal, além de criar uma oportunidade de discutir os mecanismos para isso.

É importante ressaltar que estes eventos tem contado com o apoio da iniciativa privada e pública, somando esforços para a conservação de nossos ecossistemas e para diminuição da degradação ambiental causada por exploração inadequada dos recursos naturais.

Local: Salão Pitangueiras do Delphin Hotel Guarujá Av Miguel Estefno, 1295 Praia da Enseada Guarujá, SP

Inscrições nos sites: www.embrapa.br/snt www.campinas.snt.embrapa.br Fax: (019) 32321707 Fone: (19) 3232-1955 vera@campinas.snt.embrapa.br Contato: Vera Scholze Borges – Jornalista Embrapa Transferência de Tecnologia Escritório de Negócios de Campinas  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/