A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seaab) de Roraima realizam, nos dias 21 e 22 de fevereiro, um seminário sobre a cultura do tomate na Escola Estadual da Vila Paredão, no município de Alto Alegre. Os participantes do evento poderão assistir palestras sobre a tecnologia para produção de tomate de mata, controle de doenças no tomateiro, identificação e manejo de insetos considerados pragas na cultura do tomate, o agronegócio da cultura do tomate, planejamento e organização para associação de produtores e sobre crédito rural, além de visitas a áreas de produtores.

A idéia do evento surgiu a partir da identificação de problemas da cultura por parte dos técnicos da Casa do Produtor Rural da Seaab no município. Segundo o técnico da Seaab, Francisco Oliveira, os problemas encontrados nas propriedades com a cultura do tomate são os mesmos o que facilita resolve-los como primeira ação em forma conjunta, como se pretende com o seminário, e posteriormente com visitas a cada propriedade. Os problemas freqüentemente encontrados são o manejo do solo, espaçamento, abertura de cova, adubação, produção de mudas, manejo de água, condução das plantas, uso indiscriminado de agrotóxico, o que causam prejuízo tanto econômico quanto ambiental, esclarece Oliveira.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Roraima (Boa Vista-RR), Joaci Freitas, o tomate é uma hortaliça de consumo universal, tanto in natura como industrializado, com grande expressão econômica no setor primário. Em Roraima a produção não atende a demanda por essa hortaliça. A área plantada no ano de 1998 foi de 31,47 ha totalizando uma produção de 472.057 kg, com rendimento de 15 t/ha. O baixo nível tecnológico na condução da cultura é uma das características intrínsecas da atividade no Estado que podem explicar o baixo nível de produtividade em relação à média nacional, diz o pesquisador.

Uma estimativa do consumo para o ano de 1998 apontava para uma demanda de 60.371 kg/semana, ou 3.147,164 toneladas/ano para suprir o mercado local. Com apenas 472,057 toneladas produzidas tem-se um déficit de 2.675,107 toneladas/ano, suprido com importações de centros produtores distantes, o que eleva demasiadamente os preços ao nível do consumidor.

O alto preço estimula os agricultores a plantar, mas as exigências da cultura dificultam o cultivo do tomate no Estado. Doenças, pragas, tratos culturais e adubações inadequadas e uso de variedades não adaptadas à região, são as causas mais comuns na frustração de safra. Estudos desenvolvidos pela Embrapa Roraima, acrescidos da experiência dos tomaticultores locais, podem estimular o cultivo racional do tomate no Estado, permitindo alcançar níveis de produtividades bem superiores à média regional.

A partir do seminário a Seaab em parceria com a Embrapa tem a intenção de montar uma unidade demonstrativa com objetivo de mostrar aos produtores as técnicas corretas a serem utilizadas na cultura. O seminário tem o apoio da Universidade Federal de Roraima e da Prefeitura Municipal de Alto Alegre.

Jornalista: Daniela Collares (Mtb 114/01-RR) Embrapa Roraima (95) 9112-4791 E-mail: daniela@cpafrr.embrapa.br