Um dos principais fatores limitantes da cadeia produtiva do algodão na região Nordeste é a organização do chamado setor primário, onde se situam exatamente os agricultores. Para discutir essa e outras questões relacionadas à problemática, estará nesta quinta-feira, dia 20 de fevereiro, na sede Embrapa Algodão, em Campina Grande, a economista Tânia Bacelar de Araújo, cujo nome é um dos mais cotados para a superintendência da Sudene.

Bacelar é a coordenadora do programa de reestruturação do órgão, encomendado pelo governo Lula. Ela vem à Paraíba buscar informações atualizadas sobre o quadro econômico atual do Estado, para identificar nichos específicos potenciais de produção, a exemplo da oportunidade de mercado aberta com o surgimento do algodão colorido, desenvolvido pela estatal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A partir das 10 horas, acontece no auditório Dr. Luiz Carlos de Medeiros, na Embrapa, uma reunião com a economista e representantes de várias instituições do Governo e não-governamentais. A programação do evento prevê a discussão de temas como "Tecnologias da Embrapa Algodão para o Semi-Árido Paraibano", "Projeto Massabielle", "Projeto COEP", "Projeto Algodão Colorido", apresentados pelo chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da instituição, Alderi Emídio de Araújo.

A secretária-adjunta de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Campina Grande, Maísa Gadelha, falará sobre a experiência do Consórcio Natural Fashion. Silvana Nunes da Costa, da Agência Municipal de Desenvolvimento (AMDE), fará explanação sobre "Arranjos e Parcerias Institucionais para a Cadeia do Algodão Colorido na Paraíba".

O Programa de Algodão Colorido no Estado da Paraíba, será abordado pelo secretário estadual de agricultura, Francisco de Assis Quintans. Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), Francisco de Assis Benevides Gadelha, fará uma rápida palestra sobre "Indústria no Contexto da Cadeia Produtiva do Algodão Colorido". Francilene Garcia, da CENISA, vai explicar detalhes do "Sistema de Apoio e Gestão de Arranjos Produtivos Locais".

No período da tarde, os participantes do evento fazem uma visita ao Laboratório de Fibras da Embrapa Algodão. Em seguida, Tânia Bacelar fala sobre "O Papel da Nova Sudene para o Desenvolvimento Sustentável do Nordeste". Os participantes do evento realizam ainda uma reunião para formação de um grupo de trabalho, para discutir, entre outras coisas, o projeto Algodão Colorido na Paraíba.

"A nossa expectativa é de que a Sudene aponte seu foco institucional para apoiar projetos direcionados para os setores produtivos da região que até agora não tinham alternativas de fomento", diz Odilon Reny Ribeiro, chefe-adjunto da Embrapa Algodão e um dos articuladores do evento em Campina Grande.

Os técnicos da Embrapa defendem uma ação integrada para promover o desenvolvimento sustentável da agricultura na região. A reunião deve servir também para sensibilizar os diversos setores do governo estadual, recém-empossados, para a importância estratégica da revitalização do parque têxtil-fabril do Estado.

A Embrapa e seus parceiros vão mostrar na reunião, por exemplo, a viabilidade econômica da exploração de cultivares de algodão colorido. No ano passado a Paraíba produziu mais de 100 toneladas de algodão em ramas e cerca de 35 toneladas de fibras das cultivares coloridas. "Isso significa apenas 10% do volume demandado pelas nove empresas consorciadas ao Natural Fashion, que processam o algodão colorido", ilustra Maísa Gadelha, acrescentando que o consórcio precisa hoje 250 toneladas de fibras por ano.

O Projeto do Algodão Colorido foi implantado em 24 municípios paraibanos, numa área plantada de 626,3 hectares. Só em 2002, foram abertos 435 postos de trabalho nas zonas rurais dos municípios envolvidos no cultivo das variedades coloridas, incrementando a renda de cerca de 1.500 famílias.

Jornalista: Dalmo Oliveira – MTb/PB n°0859 Embrapa Algodão Fone: 315.4361 E-mail: dalmo@cnpa.embrapa.br