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Novas variedades de bananas começam a ser degustadas em Manaus

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Para popularizar o sabor das bananas Prata Zulu, Caipira e Thap Maeo, a Embrapa Amazônia Ocidental, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), desencadeou hoje (20/02) uma agressiva campanha de marketing, oferecendo, para degustação pública, aproximadamente 15 mil frutos, em diferentes pontos de Manaus nos próximos dias. As novas variedades, ainda desconhecidas de grande parte dos consumidores, estão começando a entrar no mercado como substitutas das bananas Prata e Maçã, suscetíveis à doença sigatoka-negra. Para popularizar as novas variedades de banana, a Embrapa realizará campanha envolvendo segmentos diferenciados da sociedade.

Na primeira fase da campanha, serão distribuídas 110 kits contendo amostras das três variedades para grupos de pessoas que representam vários setores da sociedade e se constituem em potenciais formadores de opinião pública, como empresários, parlamentares, representantes de entidades públicas e mídia em geral. Acompanha o material um folder explicativo sobre cada tipo de banana. A segunda fase será aberta ao público em geral e serão distribuídas bananas para degustação pública no Balcão do Agronegócio (Manaus Moderna), supermercados DB, Modelo e Veneza, e Feira de Artesanato da Avenida Eduardo Ribeiro (Centro). O critério de escolha dessas localidades foi a expressiva concentração popular.

Na degustação pública será oferecida somente a cultivar Prata Zulu. O objetivo é fixar o paladar do consumidor, num primeiro momento, nessa variedade. As demais serão experimentadas posteriormente em outras degustações públicas que a Embrapa e seus parceiros pretendem desencadear ainda este ano. O lançamento oficial da campanha será dia 28 de fevereiro, às 9h, no Balcão do Agronegócio, situado na Manaus Moderna e contará com a participação de todos os parceiros da Embrapa que atuam no agronegócio da banana: Sebrae/AM, Secretaria de Estado de Produção/Idam, Delegacia Federal de Agricultura (DFA/AM) e demais convidados. No dia 2 de março, os visitantes da Feira de Artesanato, no Centro de Manaus, terão a oportunidade de saborear a Prata Zulu. A Embrapa também estará distribuindo um folder contendo informações sobre as vantagens dessa espécie.

Mercado emergente – No Brasil, a cultura da banana ocupa o segundo lugar em volume de frutas produzidas, em torno de 6 milhões de toneladas/ano, perdendo apenas para a laranja. No entanto, a cultura apresenta baixa produtividade em conseqüência do baixo nível de adoção de tecnologias. Além dos problemas tecnológicos, há doenças que afetam drasticamente a produção, como a sigatoka-negra que pode ocasionar perdas de até 100% em bananeiras tipo Prata, Maçã e Cavendish (grupo das nanicas). Para recompor o agronegócio da banana, a Embrapa Amazônia Ocidental realiza desde 1998, em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), trabalhos para obter cultivares produtivas e resistentes à sigatoka negra. Dentre os vários materiais introduzidos e selecionados, destacam-se as cultivares Caipira, Thap Maeo e Prata Zulu.

Consciente da necessidade de popularizar as novas variedades, a Embrapa pretende despertar o mercado amazonense para a realidade enfrentada pelo produtor da região. "A dona-de-casa está acostumada a comprar Prata, Maçã e Pacovã, mas ela precisa perceber que existem outras opções tão boas quanto essas variedades", explica Edson Barcelos, chefe-geral da Embrapa. Conforme o pesquisador, o grande gargalo do agronegócio da banana continua sendo a falta de associativismo dos produtores, o que dificulta a inserção do produto local nas gôndolas dos supermercados. Das 200 toneladas/dia de banana que são consumidas em Manaus, 60% são importadas de estados vizinhos como Roraima e Pará, o que encarece o produto no bolso do consumidor. "Os supermercados querem qualidade, regularidade e quantidade, compromissos que o pequeno produtor sozinho não tem condições de atender", explica Barcelos.

CARACTERÍSTICAS

Cultivar Caipira

Com sabor levemente adocicado, podendo ser consumida in natura e utilizada na fabricação de banana-passa, farinhas e doces. É identificada pela aparência cilíndrica do cacho e dos frutos curtos e grossos. Poderá substituir as bananas tipo Ouru para consumo in natura e a Baié para utilização industrial. É oriunda da África e foi introduzida no Brasil pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA). Tem porte médio/alto, ciclo vegetativo de 383 dias, perfilhamento abundante, cachos pesando, em média, 20 quilos, com média de 10 pencas e, aproximadamente, 113 frutos, com baixo despencamento e rendimento de 22 toneladas por hectare.

Cultivar Thap Maeo

Selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, tem sabor mais ácido que a banana Prata. Atende ao mercado da banana Maçã e sua forma mais comum de consumo é in natura. Tem porte alto, ciclo vegetativo de 394 dias, perfilhamento bom, cachos pesando, em média, 17 quilos, com média de 11 pencas e, aproximadamente, 164 frutos, com baixo despencamento e rendimento de 19 toneladas por hectare.

Cultivar Prata Zulu

O cacho e os frutos assemelham-se à Prata Comum, entretanto, tem a polpa mais clara e mais macia e frutos um pouco mais doces que os da Prata Comum. Por causa da pouca espessura da casca e da baixa resistência à oxidação, cuidados adicionais são indispensáveis ao acondicionamento de cachos e pencas durante o transporte.

Jornalista: Maria José Tupinambá – 114 DRT-AM Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM) Fones: (92) 621-0406 / 0300 Fax: (92) 621-0360 E-mail: maria@cpaa.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Tropicais 

Mais informações sobre o tema
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