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Cultura do algodão pode se tornar alvo do ecoturismo

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Depois de se tornar a principal cultura agrícola da Paraíba, perder seu apogeu e, aos poucos, retomar lugar de destaque no agronegócio da região, o algodão pode se transformar num dos principais temas de exploração de uma modalidade de turismo que ganha novos adeptos a cada dia: o ecoturismo.

A idéia está sendo estudada com seriedade por uma das principais operadoras de turismo da Europa, a Pandora Tours, com sede na Itália. Na última quarta-feira, 12, a principal executiva da companhia, Isabel Claudino, esteve em Campina Grande/PB realizando uma série de visitas para conhecer de perto aspectos históricos, sociais, econômicos e tecnológicos da cultura do algodão.

Um dos locais visitados foi o Centro Nacional de Pesquisa do Algodão, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, onde a empresária conheceu o laboratório de fibras e fios. Ela foi recebida pelos pesquisadores Napoleão Esberard e Ruben Guilherme da Fonseca, que falaram da importância da cultura do algodão para a região e deram detalhes técnicos do trabalho que a empresa realiza na busca de novas tecnologias para a cotonicultura nacional, como o desenvolvimento de cultivares coloridas.

A empresária portuguesa veio à Paraíba a convite da PBTur, que entrou na disputa com as estatais de promoção do turismo do Ceará e Rio Grande do Norte para atrair empreendimentos da operadora, que, segundo seu representante no Brasil, Filippo Guidi, deve começar a montar as primeiras infraestruturas em setembro.

"A Pandora pretende explorar nichos do mercado fora do chamado turismo de massa. A idéia é sair do esquema 'só praia' e investir forte em turismo de pesca em rios, turismo esportivo e cultural", revela Guidi. Ele considera que o Brasil ainda não despertou para o potencial destas modalidades, que genericamente podem ser chamados de turismo cultural, onde os visitantes não estão à procura apenas de mero divertimento, mas interessados em conhecer mais profundamente a história e peculiaridades de determinada região ou atração turística.

Segundo Filippo Guidi, a história do algodão é um bom exemplo de tema que pode ser transformado em "pacote" ou "corpo" para fins turísticos. "Podemos desenvolver um pacote onde o visitante vai conhecer desde o plantio, a colheita, a parte do processamento têxtil, o artesanato local, até as experiências de pesquisa agrícola da Embrapa", ilustra.

Além de administrar toda a parte relativa à viagem (passagens, translades etc), a Pandora Tours deve cuidar ainda da estadia dos turistas no Brasil. Nesse sentido, Isabel Claudino também visitou praias do litoral sul paraibano, ficando entusiasmada com as belezas naturais do trecho entre Tabatinga e Tambaba, onde provavelmente optará no caso de escolher a Paraíba para a instalação de uma primeira pousada da operadora.

"Quero construir, inicialmente, uma pousada do tipo chalés com 30 apartamentos, no estilo charm", detalha a empresária. Além das praias, operadores da PBTur mostraram à Claudino outros pólos potenciais de turismo do estado, como a Pedra do Ingá e o Vale dos Dinossauros.

Dalmo Oliveira - MTb/PB N.º 0598 Embrapa Algodão Fone: (83) 315.4361 E-mail: dalmo@cnpa.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Matérias Primas\Algodão 

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