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Especial 30 Anos - Resultados na Região Sul atravessam fronteiras

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Tecnologias geradas pela Empresa para carne, grãos, frutas e hortaliças fortalecem o agronegócio sulista e influenciam outros estados

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem gerado, na Região Sul do Brasil, tecnologias importantes para a produção de carne, grãos, frutas e hortaliças. No caso das frutas de clima temperado, programas de melhoramento conduzidos pela Empresa são responsáveis pela criação de cultivares tanto para o consumo in natura quanto para as indústrias, resultando em maior renda para o produtor. O conhecimento dos seus pesquisadores vem sendo decisivo para a certificação do vinho brasileiro. Para que aves, suínos e bovinos e seus derivados atendam às diversas exigências dos produtores e dos consumidores. Para a melhoria da produtividade dos plantios de espécies florestais e para a qualidade da madeira. Para que o controle biológico reduza o uso de agroquímicos nas lavouras. Os resultados alcançados pela pesquisa no Sul estão atravessando fronteiras. As tecnologias geradas pelos pesquisadores da Embrapa para a soja, por exemplo, influenciaram o seu cultivo em áreas onde a produção da leguminosa era desacreditada. Hoje o Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo.

Alguns destaques do trabalho da Empresa na Região:

Controle integrado de pragas da macieira- A cultura da maçã em larga escala começou no Brasil na década de 1970 atraída por programas oficiais de incentivos fiscais. O esforço da pesquisa, somado ao elevado grau de organização setorial, possibilitou que o Brasil passasse de tradicional importador para a condição de exportador de maçãs. A mais recente contribuição da Embrapa para a pomicultura brasileira é a implementação do Programa de Produção Integrada de Maçã. O Programa baseia-se na racionalização do uso de inseticidas, no monitoramento da ocorrência das pragas por meio do uso armadilhas com feromônios e em recomendações de manejo, incluindo aquelas destinadas aos exportadores de maçã, para viabilizar o preenchimento dos requisitos estabelecidos pelos países importadores. O monitoramento das principais pragas da macieira, ao orientar a aplicação de inseticidas nos momentos adequados e nas áreas realmente infestadas, vem proporcionando redução do uso de agroquímicos de quatro a cinco aplicações e de perdas de 5 para 1%. A iniciativa é pioneira no Brasil e está permitindo maior controle sobre o processo produtivo e a produção de frutas com elevada qualidade e menor impacto ambiental. O resultado é a certificação do produto de acordo com normas oficiais. O Programa vem sendo aplicado especialmente na Região Sul, mas é referência para outros projetos de produção integrada de frutas. Os principais beneficiários da tecnologia são os produtores rurais e os consumidores finais. Os produtores, pela redução dos custos dos riscos de intoxicação, e os consumidores, pelo acesso a produtos mais limpos. O acréscimo de empregos gerados com a tecnologia é de cerca de 2%.

Pêssegos para dupla finalidade – A Embrapa redirecionou o programa de melhoramento genético do pêssego e obteve cultivares denominadas "dupla finalidade", cujos frutos aliam as qualidades fundamentais para atender ao mercado in natura e ao processamento industrial. As cultivares antes desenvolvidas visavam apenas ao segmento industrial - uma vez que a principal região produtora de pêssegos do país estava concentrada onde se inseria o parque industrial processador, ou à mesa. As cultivares de dupla finalidade trazem mais lucro para os produtores (acréscimo médio de 20% na renda, sem custos adicionais), especialmente para os pequenos. Reduzem a competição entre os próprios produtores em anos de excesso de produção para a indústria, aumentam seu poder de barganha e abrem as portas para um mercado até então desprezado e com considerável potencial de crescimento. As opções de mercado são ampliadas inclusive para áreas mais distantes das regiões produtoras. A fruta tem vida útil maior, assim como é maior a rentabilidade dos pomares. Estima-se que em cerca de 100 municípios dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná (região de clima temperado) e micro-climas de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo têm sido implantados pomares comerciais com cultivares de pessegueiro criadas pela Embrapa.

Manejo integrado da vespa-da-madeira - A vespa-da-madeira foi localizada em 1988 no Rio Grande do Sul e logo chegou às florestas de Santa Catarina e do Paraná. A praga danifica e mata árvores. Para combatê-la, a Embrapa, em parceria com o Fundo Nacional de Controle da Vespa-da-Madeira (Funcema), que conta com a participação de cerca de cem empresas florestais do Sul do Brasil, desenvolveu metodologia de manejo da vespa. O manejo inclui a utilização de controle biológico (uso de inimigos naturais da vespa), que contribui para evitar a morte de cerca de 1,7 milhão de árvores e a aplicação de 104 mil litros de agrotóxicos, a cada ano, além de ser responsável pela redução de 70% da população da praga. A Embrapa ajudou, ainda, a organizar a vinda de material genético de outros países e coordenou o estabelecimento de redes de experimentação com empresas e centros de pesquisa. O potencial produtivo das espécies duplicou e houve melhoria da qualidade da madeira. O uso da tecnologia proporciona ganhos ao longo de toda a cadeia produtiva. Os benefícios econômicos resultantes do programa, em 2002, foram da ordem de 38,6 milhões de reais. O programa recebeu o Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica, na sua etapa regional Sul em 2001.

Jornalista Marita Cardillo – 2264 DF Assessoria de Comunicação Social da Embrapa Telefone (61) 448.4039 E-mail: marita@sede.embrapa.br http://www.embrapa.br Brasília-DF, 29 de abril de 2003  

Tema: A Embrapa 

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