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Especial 30 Anos - A Expansão da Fruticultura no Nordeste do Brasil

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Nos últimos quatro anos, o Brasil duplicou a exportação de frutas e o Nordeste passou a ocupar um lugar de estaque no setor

O clima, solo, localização, disponibilidade de água para irrigação, aliada ao preço atrativo da terra e à disponibilidade e custo da mão-de-obra, conferem à região Nordeste vantagens comparativas para a fruticultura, em relação às demais regiões do Brasil e asseguram a sua liderança na produção e exportação de frutas tropicais. A localização privilegiada reduz o tempo e o custo do transporte para América do Norte e Europa, um fator de competitividade muito importante, quando se trata de produtos altamente perecíveis.

Todos esses pontos positivos não seriam suficientes para promover o desenvolvimento de polo produtor se não fosse o aporte tecnológico aos produtores. A Embrapa e os seus parceiros públicos e privados têm desenvolvido inúmeras tecnologias para o sistema de produção de frutas no Nordeste. Pode-se destacar: a) tecnologia de indução floral em manga; b) novas variedades de uva, banana, abacaxi, melão; coco, acerola, c) uso de porta-enxertos e de produtoras de videiras livres de vírus; d) organização e capacitação na produção de mudas sadias de diferentes espécies; e) sistemas de irrigação mais eficientes; f) sistema de produção integrada de frutas etc.

A técnica da indução floral, em uso nas regiões do Vale do São Francisco e do Vale do Açu, garante a regularidade de oferta da manga. Ela permite colheita durante todo o ano. O fornecimento regular em quantidade e qualidade, a preços competitivos, é essencial para se manter uma parceria comercial sustentável. As transações comerciais no mercado internacional exigem isso. Hoje o Nordeste exporta mais de 93 mil toneladas dessa fruta, o que corresponde a 90% do total que o Brasil exporta. O nordeste com 51.5% da área plantada com manga no Brasil, responde por 60% da sua produção.

Tecnologias como o uso de porta-enxertos e de produtoras de videiras livres de vírus possibilitam altas produções de uvas de boa qualidade. Mudas limpas diminuem em 25% a demanda de insumos produtivos e conduzem a um produto final de melhor qualidade. A produção ao longo do ano da uva permite ao Nordeste contribuir com 95% das 26 mil toneladas exportadas anualmente pelo Brasil.

Atualmente, a maior região produtora de melão no país localiza-se no Pólo Açu/Mossoró, no Rio Grande do Norte, e o Pólo Petrolina/Juazeiro firmou-se como grande exportador de manga, banana, coco, uva, goiaba, melão e pinha, garantindo o emprego de 400 mil pessoas em áreas do semi-árido da Bahia e Pernambuco, revertendo o êxodo rural. No setor frutícola, para cada hectare de pomar constituído, são gerados dois empregos: um no campo e um na cidade, e uma renda média de R$ 15 mil. Hoje, o Brasil exporta frutas frescas no valor de 220 milhões de reais ao ano, sendo que, mais de 80% deste total são provenientes do Nordeste.

A pesquisa da Embrapa contribui também para o avanço da produtividade e para a abertura de novas frentes de produção. A produção integrada de fruta que sintetiza um processo produtivo racional, com diminuição do de agroquímicos; não emprego de mão-de-obra infantil; redução de custos, aumento de produtividade; melhoria no tratamento ao cliente; programa de marketing mais agressivo abre perspectiva para o crescimento nas exportações da fruticultura brasileira que hoje está ao redor de 220 milhões de reais com a meta de alcançar um bilhão de reais, em 2010.

Jornalista: Lineu Marcos Gobeth (MTb 376/PB) Assessoria de Comunicação Social da Embrapa Telefone: (61) 448 4561 E-mail: lmgobeth@sede.embrapa.br Brasília-DF, 28 de abril de 2003  

Tema: A Embrapa 

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