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Especial 30 Anos - Coleção de germoplasma ultrapassa 80 mil amostras de plantas, microorganismos e animais

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Objetivo é aumentar a variabilidade dos recursos genéticos para suprir pesquisas de novas variedades vegetais e raças de animais

Nas últimas três décadas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estabeleceu como uma de suas ações prioritárias a caracterização e o estudo de espécies do nosso território, que concentra a maior biodiversidade do mundo. A coleção de germoplasma da Embrapa em Brasília contém mais de 80 mil amostras de plantas, animais e microorganismos, incluindo raças em perigo de extinção.

A Empresa coordena também 163 bancos de germoplasma em todo o país, com cerca de 200 mil amostras. E trabalha ainda com bancos genéticos in situ (no local) - nesse caso, mantém conservados remanescentes da cobertura vegetal nativa sobre os diversos tipos de ambientes existentes em uma região, que podem funcionar como "apólices de seguro" para a biodiversidade e facilitar a obtenção de selos verdes, cada vez mais necessários ao comércio internacional de produtos agrícolas, madeira e celulose. Na Reserva Genética do Jari (PA), por exemplo, 34 mil hectares de floresta virgem são conservados, com mais de 600 espécies arbóreas de todos os tipos de floresta desbravados para a atividade econômica.

O principal objetivo da pesquisa é aumentar a variabilidade dos recursos genéticos, para suprir programas de melhoramento com germoplasma (base física que reúne o material hereditário de uma espécie) necessário ao desenvolvimento de novas variedades vegetais e raças animais. É, também, conservar o material genético e garantir sua sobrevivência para uso das futuras gerações. Apesar de possuir cerca de 20% da biodiversidade de plantas, animais e microorganismos do planeta, o Brasil é muito dependente de germoplasma de outros países para assegurar a alimentação da população com sustentabilidade ambiental.

Biodiversidade - A diversidade biológica ou biodiversidade, de acordo com a Convenção da Diversidade Biológica do Rio de Janeiro, de 1992, engloba todas as espécies de plantas, animais e microrganismos, assim como os ecossistemas e os processos ecológicos. Cerca de 30 mil espécies são comestíveis e cerca de 7 mil são cultivadas ou coletadas pelos humanos para sua alimentação, assim muitas centenas de espécies contribuem para a segurança alimentar. Entretanto apenas 30 espécies "alimentam o mundo" e são estas espécies que fornecem 95% das calorias e proteínas para a dieta da humanidade. Trigo (23%), arroz (26%) e milho (7%) são as espécies que fornecem mais da metade da energia total derivada das plantas. Seis outras espécies, sorgo, milheto, batata, batata-doce, soja, cana-de-açúcar e beterraba, contribuem com 75% para o alimento energético.

A agricultura dos países desenvolvidos está diretamente relacionada com o aporte de recursos genéticos de outras partes do mundo. O Brasil tem metade de sua energia alimentar baseada em três espécies exóticas: arroz, trigo e milho. A mandioca, originária do Brasil, contribui apenas com 7% para a alimentação dos brasileiros. A dependência da humanidade por recursos genéticos para a continuação da vida no planeta é total e indiscutível. Portanto, a sua conservação é estratégico e fundamental na preservação de fontes, que propiciaram os elementos para satisfazer as demandas crescentes, atuais e futuras, para segurança alimentar da população mundial.

Mais informações: Assessoria de Comunicação Social da Embrapa Telefone: (61) 448-4113 E-mail: robinson@sede.embrapa.br Brasília-DF, 28 de abril de 2003  

Tema: A Embrapa 

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