O III Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, promovido pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Governo da Bahia na última semana em Porto Seguro (BA), foi cenário para a apresentação de 28 trabalhos relacionados à cultura desenvolvidos por pesquisadores da Embrapa Rondônia. No ranking geral, a instituição de pesquisa ficou em quinto lugar em número de projetos de pesquisa, atrás da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). De acordo com o chefe geral da Embrapa Rondônia (Porto Velho/RO) Newton de Lucena Costa, a posição da instituição de pesquisa é o reconhecimento frente aos trabalhos desenvolvidos com o objetivo de aperfeiçoar a cultura no Estado. Lucena também revela que novos materiais já testados, mais produtivos, serão repassados aos produtores de Rondônia, otimizando ainda mais a produção.

O simpósio reuniu instituições de pesquisa e desenvolvimento com foco em todas as etapas da cadeia produtiva do agronegócio café, reunindo em fóruns, cursos, plenárias e workshops temas relacionados à pesquisa, manejo da cultura, desenvolvimento, políticas de incentivo e a tendência que vem sendo discutida associando café à qualidade de vida. Para este último tema, o Workshop Internacional de Café & Saúde foi realizado paralelamente ao simpósio, abordando os efeitos da bebida no ser humano. Neste âmbito, procurou-se demonstrar - entre vários outros pontos de vista - que o café é sinônimo de bem estar e qualidade de vida. "Vários estudos já comprovam que uma substância presente no café - o ácido clorogênico - é responsável por sensações de bem estar e a quantidade dessa substância aumenta na variedade mais cultivada em Rondônia, o conilon", demonstra o pesquisador da Embrapa Rondônia na Área de Manejo da Cultura, Francisco das Chagas Leônidas.

Segundo ele, Rondônia ganha com a descoberta. "De acordo com análises 50% a mais de cafeína e ácido clorogênico que outras variedades. Possuímos cafés com essas características", apresenta. Outro diferencial do Estado discutido em plenárias durante o simpósio foi o cultivo da cultura em sistemas orgânicos. "Rondônia possui um perfil específico para atender as novas exigências dos mercados consumidores de café. Podemos produzir o café agroecológico dentro do contexto da agricultura familiar em sistemas agroflorestais", diz Leônidas. "Somos referência em café arborizado. Devemos organizar nossos sistemas produtivos e buscar novas parcerias para alavancarmos o setor", conclui o pesquisador na Área de Solos e Fitotecnia Rogério Corrêa da Costa, que apresentou trabalhos sobre ervas daninhas que atacam a cultura.

Novos rumos para o café em Rondônia

Na visão dos pesquisadores da Embrapa Rondônia, o Estado apresenta potencial para se tornar um dos grandes fornecedores de café robusta para a indústria de café solúvel, liderada pelo Espírito Santo. "Podemos ter um mercado garantido para Rondônia explorando a cultura de maneira sustentável, validando tecnologias e buscando parcerias para beneficiar os produtores", avisa o pesquisador na Área de Ciência do Solo Ângelo Mansur Mendes. Para ele, a questão da biodiversidade deve ser tratada com preocupação especial, garantindo a vocação do Estado. "Rondônia produz muito café e devemos ter em mente que estamos inseridos em um mercado cada vez mais competitivo. Devemos buscar a melhoria da qualidade, investindo em campanhas que ensinam aspectos como poda, pós-colheita, secagem e melhoria da qualidade da bebida", diz Mendes.

Mais informações: Assessoria de Comunicação Social Embrapa Rondônia Telefone: (69) 225-9387 E-mail: gfviana@cpafro.embrapa.br