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SP debaterá subprodutos de origem animal na alimentação

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e o Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal (Sincobesp) realizam, no dia 20 de maio, o II Workshop sobre Subprodutos de Origem Animal na Alimentação. O evento ocorrerá no Hotel Blue Tree Towers Faria Lima, Av.Brigadeiro Faria Lima, 3999, São Paulo, SP.

O crescente aumento na produção de carnes no Brasil, atingindo cerca de 17 milhões de toneladas em 2003, leva à necessidade de aumento da produção de rações animais. Em 2003, a demanda prevista de rações deverá girar em torno de 44 milhões de toneladas. Em razão disso, a indústria de rações tem demandado grande quantidade de ingredientes, havendo poucas alternativas à combinação milho e farelo de soja. Uma alternativa freqüentemente usada sustenta-se na utilização de farinhas de origem animal (FOA) e gorduras animais resultantes do abate animal. Essa alternativa conduz à vantagens nutricionais e econômicas na formulação, desde que assegurada a qualidade das mesmas. Para se ter idéia do volume estimado - em trabalho feito por pesquisadores, serão necessários cerca de 2 milhões de toneladas de farinhas de carne e de ossos para suprir o mercado de rações no Brasil.

Considerando que a previsão de produção anual de carnes está em torno de 17 milhões de toneladas (bovina:7,4t; aves:7,5t; e, suína > 2,3t ) e assumindo cerca de 40% de perdas no abate, como resíduos não comestíveis e 60% de água nos resíduos, chega-se à, aproximadamente, o valor de 3 milhões de toneladas em produtos não comestíveis e/ou recicláveis (farinhas e gordura animal), o que representa aproximadamente R$1,5 bilhões/ano. Esses produtos, se bem industrializados, permitem agregar valor na indústria de rações, setor que movimenta cerca de R$ 20 bilhões/ano. Porém, a utilização de FOA vem encontrando certa resistência de uso nos sistemas de produção devido às limitações européias e de países do Oriente Médio, para com o uso de proteínas animais em rações. "Por sua vez, tais restrições tem sido impostas sem o cuidado de analisar as interfaces de tal proibição", explica o pesquisador Claudio Bellaver que apresentará palestra sobre as "Interrelações do beneficiamento dos subprodutos do abate com a produção animal, ambiente e economia no Brasil" durante o Workshop.

Há estoques grandes de FOA na Europa, os quais são armazenados para incineração ou eventual venda para uso em rações de terceiros países (fora da União Européia). "Certamente tal atitude é prejudicial aos interesses da sanidade dos rebanhos animais, bem como à saúde pública de qualquer país", acrescenta o pesquisador. O Brasil define-se pela proibição da utilização de FOA, através da Instrução Normativa No. 15, 17 de Julho de 2001, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo Bellaver, no I Workshop sobre FOA realizado em 2002, o Mapa demonstrou que a regulamentação para a produção de farinhas de origem animal é obsoleta e, movido pela necessidade atual, está promovendo uma consulta pública para formular regras, visando a regulamentação do setor. Para tanto, as áreas de Defesa, Inspeção e Produção do Mapa estão trabalhando em conjunto e buscam a contribuição do setor. Espera-se com isso, que as empresas que não se enquadrarem/adaptarem à nova regulamentação, não poderão exercer atividade de processamento de resíduos do abate animal. Por isso, além da busca de outras alternativas para os resíduos do abate, as quais nem sempre estão devidamente estudadas - de acordo com alguns pesquisadores, defende-se a melhoria dos processos de produção de farinhas e gorduras animais com a finalidade de alimentação animal, pois toda consideração que se faça, deve levar em conta o que os subprodutos do abate animal representam para a economia do país, para a manutenção de empregos, para a segurança alimentar da cadeia de carnes e para a qualidade ambiental.

Programação

8h às 8:30h: Recepção e entrega de material 8h30 às 8h45: Abertura - Gustavo Razzo, presidente/Sincobesp; Clênio Antônio Gonçalves, vice–presidente/Sincobesp; e Alexandre Fontana, presidente da Abisa 8h45 às 9h15: Interrelações do beneficiamento dos subprodutos animais com a produção animal, meio ambiente e economia no Brasil - Claudio Bellaver - Embrapa Suínos e Aves; 9h15 às 10h: O papel regulador do MAPA/SARC na aplicação da norma em consulta pública - Ézio Gomes da Motta - MAPA / SARC 10h às 10h15: Coffee break 10h15 às 10h45: O papel fiscalizador do MAPA/DIPOA na aplicação da norma em consulta pública - Rui Vargas e/ou Paulo Ricardo Campani - MAPA/ DIPOA 10h45 às 11h15: Políticas públicas para resíduos industriais – resíduos do abate animal - Gilney Amorin Viana, secretário de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável – MMA/SDS 11h15 às 12:30: Discussão 12h30 às 13:h0: Almoço 13h30 às 14h15: Os problemas e os números do processamento de farinhas nas integrações - Renato Pedron - Sindicarne 14h15 às 15h: A motivação às boas práticas de fabricação e/ou APPCC na indústria de farinhas animais - Ângela Pellegrino - SGS do Brasil Ltda. 15h às 15h15: Coffee break 15h15 às 15h45: Legislação Ambiental e Comissões Técnicas - André Gustavo de Almeida Geraldis, consultor jurídico ambiental 15h45 às 16h: A visão da indústria sobre o beneficiamento de subprodutos animais - Valdirene Paes - Sincobesp 16h às 17h: Debates e encaminhamentos futuros

As vagas para participação no evento são limitadas. Maiores informações e inscrições podem ser feitas pelos telefones (11) 3237-2860 e 9661-5753; pelo fax (11) 3256-9173; pelo e-mail sincobesp@uol.com.br; ou ainda com Dianir, na Embrapa Suínos e Aves, no telefone (49) 442-8555, fax (49) 442-8559 ou e-mail dianir@cnpsa.embrapa.br .

Jornalista: Tânia Maria Giacomelli Scolari - 957/MTB-RS Embrapa Suínos e Aves E-mail: tscolari@cnpsa.embrapa.br Telefone: (49)442.85.55  

Tema: Atividades Temáticas\Tecnologia Agroindustrial 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/