Porangatu, em Goiás, vai discutir, nos dias 16 e 17 de maio, a integração do melhoramento animal ao sistema de produção do Cerrado. A cidade sediará nesses dias um workshop, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com participação de pesquisadores da Embrapa Cerrados, como Cláudio de Ulhôa Magnabosco e Lourival Vilela, e o chefe-geral da Unidade, Carlos Magno Campos da Rocha. As inscrições podem ser feitas nos dias do evento, a partir das 8h, no Tatersal do Parque de Exposições Hilton Montiro da Rocha, onde acontecerá o evento.

No dia 16, haverá palestras das 9h às 16h. O dia seguinte será reservado para um dia de campo. "Integração Lavoura e Pecuária: alternativas para aumentar a produtividade de grãos e recuperar a produtividade das pastagens no Cerrado" será o tema da palestra de Vilela, no dia 16, às 11h. O pesquisador deverá explicar de que forma a rotação entre pastagens e lavoura é benéfica para o solo química, física e biologicamente, quebrando ciclos de pragas, diminuindo doenças e gerando aumento na produção de grãos e forragem. De acordo com Vilela, tal opção dá mais estabilidade econômica ao produtor.

Mas a principal mensagem do cientista para este workshop terá um sentido mais amplo. "Um aspecto fundamental, uma bandeira nossa, é que é possível aumentar a produção animal e ampliar a área agrícola nesses 50 milhões de hectares de pasto sem desmatar um palmo de Cerrado". No dia 17, às 8h30, Vilela vai tratar de questões práticas sobre manejo integrado de pastagens. O principal foco da discussão será mostrar a importância do equilíbrio entre a oferta de forragem e a demanda animal, e as diversas ferramentas para a busca desse equilíbrio, especialmente os métodos de pastejo. Dentro desse tema, ele vai analisar casos e falará sobre lotação contínua, lotação rotacionada, taxa de lotação (número de animais) e administração de fatores climáticos. Vilela defende as condições ambientais do manejo de gado como essenciais, dizendo que "a raça do boi entra pela boca". Ele brinca, querendo dizer que o boi mais sofisticado geneticamente, se passar fome, não será produtivo.

Genética e produtividade - O workshop terá também uma palestra e um dia de campo que tratam exclusivamente da genética. Cláudio de Ulhôa Magnabosco apresentará, no primeiro dia do evento, às 14h, a palestra "Genética: insumo essencial na cadeia produtiva da carne". Ele defenderá primeiramente que a genética contribui para a sustentabilidade do sistema, desde que aliada a outras condições dentro de uma propriedade, como um bom manejo de pastagem e boas condições sanitárias.

O cientista considera a genética como insumo essencial na produção pecuária também pelo retorno financeiro que ela proporciona. Ele explica que, devido à utilização de animais com valor genético positivo, o aumento em peso vivo pode chegar a uma faixa de 10% a 12% por hectare ao ano. Outro aspecto apontado pelo pesquisador é o de que, segundo ele, o mercado está valorizando animais geneticamente positivos. "O índice de preços está diretamente relacionado a isso", avalia.

No dia de campo, marcado para as 9h30, Magnabosco vai mostrar como um programa de melhoramento genético funciona para um pecuarista, mostrando seus resultados. Ele vai contar que o produtor analisado estabeleceu objetivos econômicos em função de tecnologias disponíveis. A partir desses objetivos, utilizou critérios de seleção para obtenção desses objetivos. Aplicando as teorias científicas no campo e chegando a 89% de animais geneticamente positivos, esse pecuarista teve aumento em peso vivo por hectare por ano que já chegou a 6%. Neste caso, desses 89%, 40% dos animais estão acima da média do programa Nelore.

Jornalista: Vivian de Moraes - MTb 294.621 Embrapa Cerrados Telefone: (61)388-9953 E-mail: vivian@cpac.embrapa.br