01/05/03 |

Pulverizador é nova arma contra o bicudo 

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Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão indicando a utilização do pulverizador ElectroDyn no combate à principal praga do algodoeiro: o bicudo. Uma pesquisa da Empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento comprovou que a mistura de óleo cru de algodão pode diminuir em até cinco vezes o volume de pesticidas nas dosagens aplicadas com o bico eletrostático do aparelho.

A adaptação tecnológica foi obtida pela entomologistada Embrapa Algodão (Campina Grande, PB), Lúcia Helena Avelino Araújo, que validou a nova tecnologia com pequenos produtores no semi-árido da Paraíba e Ceará. O experimento foi conduzido na Fazenda Baixa Fechada, no município de Apodi, RN, utilizando-se a cultivar CNPA 8H, sob regime de irrigação. "O uso do óleo potencializa a ação do produto, aumentando sua residualidade. O efeito sinérgico observado pelas misturas permitiram a redução na concentração recomendada comercialmente de inseticida sem nenhuma perda na eficiência. Neste caso, a adição de mais óleo na mistura, e pelo fato do óleo de algodão ser atrativo de bicudo, tenha ocorrido uma potencialização do inseticida", diz Helena. Segundo a pesquisadora o óleo cru de algodão resiste à água da chuva, fazendo com que o princípio ativo do pesticida permaneça mais tempo em contato com a planta.

Em termos econômicos, Lúcia Helena garante que a mistura Endosulfan (350 mL) + óleo de algodão (350 mL) proporcionou uma receita líquida de R$ 1.980,00, em comparação com a testemunha padrão (com 2.000mL de Endosulfan), que teve uma receita líquida de R$ 1.318,70.

O pulverizador ElectroDyn foi desenvolvido pela antiga ICI (Imperial Chemical Industries) para pequenas áreas e agricultores de baixo nível tecnológico, pois era de fácil aplicação, utilizando os inseticidas em embalagens fechadas que evitava o manuseio do produto e erros na dosagem. Com a nova tecnologia, a utilização do pulverizador eletrostático é ideal para produtores cooperados, que podem realizar a extração do óleo, obtendo uma redução de investimentos no controle da praga de até 570% em relação aos controles que utilizam pulverizadores costais.

"Infelizmente, o preço do produto tornou inviável a utilização do ElectroDyn, como também se mostraram desaconselháveis os piretróides que os produtores costumavam utilizar no início contra ataques do bicudo e que, por serem produtos de amplo espectro, provocaram  desequilíbrios no agroecossistema algodoeiro, promovendo, inclusive explosões populacionais de ácaros fitófagos", ressalta a especialista da Embrapa Algodão.

A pesquisadora constatou que nos tratamentos utilizando o Endosulfan em misturas com óleos vegetais em pulverização eletrostática foram necessários de 42,93 a 65,86 kg de algodão em caroço para cobrir os custos, tendo como parâmetro o preço do algodão a R$1,25. No sistema convencional, utilizando-se apenas o Endosulfan, seria necessário 232 kg de algodão para cobrir os custos para o controle do bicudo do algodoeiro.

"Essas pequenas adaptações podem conduzir a resultados palpáveis, melhorando a qualidade de vida do agricultor e as condições do ambiente", diz a pesquisadora. Segundo ela, a utilização do ElectroDyn com a mistura de óleo cru de algodão e Endosulfan favorecem à manutenção de sistemas de monitoramento de pragas. "Para manter sua produção competitiva, o agricultor deverá utilizar-se cada vez mais de técnicas que possibilitem a racionalização do uso de insumos caros, a exemplos daqueles destinados ao controle de pragas", adverte Helena.

Na Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), o pesquisador Aldemir Chaim desenvolveu um pulverizador eletrostático, semelhante ao ElectroDyn e com a mesma eficiência. O equipamento, no entanto, ainda não foi patenteado. "Como essa tecnologia é de baixo custo no controle do bicudo a união de forças de produtores, cooperativas, associações e interessados na viabilização desse patenteamento  é fundamental, pois é dirigida a produção de algodão em pequena escala e beneficia produtores com recursos limitados", diz Chaim. Essa tecnologia também pode ser utilizada em áreas maiores, na pulverização de bordaduras do algodoal, devido ao seu baixo custo.

  Mais informações:  Dalmo Oliveira - MTb/PB N.º 0598 Embrapa Algodão Telefone: (83) 315.4361 Endereço eletrônico: dalmo@cnpa.embrapa.br Dispomos de fotos  

Tema: Produtos Agropecuários\Matérias Primas\Algodão 

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