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Projeto permitirá liderança genética do café em nível mundial

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A decifração do código genético do café também trará especial benefício a pequenos produtores e ao meio ambiente, por meio do uso de tecnologias sustentáveis derivadas do conhecimento gerado pelo projeto
Um dos grandes temas a serem debatidos durante o III Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil será o Projeto Genoma do Café. Na tarde do dia 12 de maio, será realizado o Fórum do Núcleo de Melhoramento e Biotecnologia que inclui as palestras "Evolução e Tendências dos Estudos em Melhoramento e Biotecnologia de Plantas", "Evolução, Características e Perspectivas da Programação de P&D do Núcleo de Genética e Melhoramento do Cafeeiro" e "Evolução, Características e Perspectivas da Programação de P&D do Núcleo de Biotecnologia Aplicada à Cadeia Agroindustrial do Café".

O Genoma do Café permeará a discussão desses temas tendo em vista a importância dos resultados desse projeto para manter o Brasil em posição de destaque na cafeicultura mundial e gerar tecnologias sustentáveis derivadas do conhecimento gerado em benefício de produtores e dos sistemas de produção associados ao café. A corrida mundial para o patenteamento de genes pode deixar o País na dependência de patentes requeridas no exterior e este projeto permitirá que o Brasil assuma a liderança genética do café em nível mundial.

O projeto Genoma Café está sendo decifrado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Epamig, IAC, Iapar, Incaper, UFLA, UFV, Unesp, Unicamp, USP, com o apoio do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Até o momento alcançou cerca de 60% da meta estipulada no início dos trabalhos, em março de 2002, quando foram construídas as primeiras bibliotecas de DNA representando vários tecidos da planta (folha, raízes, frutos, flores etc). Em junho do ano passado, os primeiros clones foram seqüenciados, sendo que, atualmente, cerca de 110.000 seqüências de boa qualidade já se encontram depositadas em banco de dados gerido pela Unicamp. A previsão de conclusão é para dezembro de 2003.

O objetivo é desenvolver variedades resistentes a pragas e doenças, tolerantes a estresses ambientais, com maturação uniforme e melhores qualidades organolépticas – aroma e sabor - e características nutracêuticas do grão - teores de cafeína e ácidos clorogênicos, levando a uma melhor qualidade da bebida e agregando valor ao produto. As pesquisas se concentram em Coffea arabica, que responde por cerca de 70% da produção nacional. Entretanto, também estão sendo obtidas seqüências de C. canephora e C. racemosa, espécies que apresentam resistência a algumas pragas e doenças e outras características de elevado interesse agronômico.

O desafio do momento, a utilização dos dados gerados pelo projeto, é o foco de uma nova e excitante área de pesquisa chamada genômica funcional, que demandará os conhecimentos de pesquisadores de várias disciplinas para responder questões relativas às funções dos genes e como estes interagem entre si e com o ambiente. O Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café já está financiando quatro novos projetos que utilizarão estes dados para estudar os genes envolvidos no metabolismo de açúcar no grão de café e os que controlam o florescimento do cafeeiro.

Jornalista: Flávia Bessa - Reg. Prof.: 4469 MTb/DF Área de Comunicação e Transferência de Tecnologia da Embrapa Café Tel.: (61) 448-4551 E-mail: flavia.bessa@embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Matérias Primas\Café 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/