Para diminuir as perdas das lavouras de café e para reduzir a níveis mínimos os danos causados ao meio ambiente, com a utilização de produtos químicos, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, instituição participante do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa Café (Brasília-DF), desenvolveu o controle biológico dos nematóides das galhas (Meloidogyne spp). Os nematóides são uma das mais importantes pragas do café e seu controle químico é pouco eficiente – enfatiza a pesquisadora Regina Gomes Carneiro, responsável pela pesquisa.

Eles chegam a causar prejuízos estimados na ordem de 100 milhões de dólares nas lavouras de café e em outras culturas tropicais economicamente importantes, como as culturas anuais (soja, feijão), hortaliças e as fruteiras por exemplo.

Regina, pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia identificou o poder de fogo da bactéria Pasteuria penetrans, que impede a fêmea do nematóide de produzir ovos e as larvas de se instalarem nas raízes, onde a praga age matando as plantas. Os resultados do novo controle ainda não são conclusivos, mas apresentam grande potencial de se tornar, a longo prazo, o método mais econômico e racional para acabar com a praga em algumas culturas suscetíveis ao nematóide das galhas. O controle consiste em aplicar a bactéria produzida em pó nas mudas de café que serão plantadas em áreas contaminadas pelo nematóide. A pesquisadora está otimista com os resultados que vêm conseguindo em seus experimentos, desenvolvidos no laboratório e em casas de vegetação. O próximo passo é levar essa tecnologia para as plantações monitoradas pela pesquisa, ou seja, em casas de vegetação e campos experimentais.

Mas, enquanto a pesquisa continua a fazer seus experimentos para aperfeiçoar a ação desse novo tipo de controle, os produtores não devem descuidar das técnicas que previnem o aparecimento dos nematóides nas lavouras: utilização de mudas certificadas, plantio em áreas não infestadas pela praga e rotação com culturas não hospedeiras. A pesquisadora lembra que os nematicidas não são recomendados porque além de serem altamente tóxicos e poluentes do lençol freático, não exercem uma ação efetiva no controle da praga no cafeeiro.  

Sandra Zambudio – MTb 931/80/PR Embrapa Café (Brasília-DF) Fone: (61) 48-4551 Endereço eletrônico: sandra.zambudio@embrapa.br