01/06/03 |

Cooperação técnica vai melhorar qualidade da cajucultura em Guiné Bissau

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O diretor-executivo da Fundação Guineense para o Desenvolvimento Empresarial Industrial (Fundei), Califa Seidi, está em Fortaleza (CE) para participar do Fórum Brasil-África, que reúne cerca de 500 representantes das áreas políticas e empresariais, e discutir os ajustes para o estabelecimento de um plano de cooperação técnica entre a Fundei e a Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O projeto prevê o intercâmbio de técnicos e de material genético de domínio público dos dois países. O ponto forte da cooperação será a capacitação de técnicos e produtores guineenses nas áreas de manejo, irrigação, tratos culturais, controle fitossanitário e pós-colheita, e a melhoria no padrão genético das áreas de produção. Está prevista também a implantação de minifábricas de processamento de castanha de caju com tecnologia desenvolvida pela Embrapa, visando o estabelecimento de um agronegócio com base sustentável.

Durante sua visita à Embrapa nos dias 12 e 13 de junho, Califa Seidi vai aos Campos Experimentais da Empresa conhecer as principais tecnologias desenvolvidas para o desenvolvimento da cajucultura. O diretor da Fundei também vai se reunir com o chefe-geral da Empresa, Francisco Férrer Bezerra, com o pesquisador Vitor Hugo de Oliveira e o técnico de alimentos Raimundo Marcelino da Silva Neto, que estiveram em visita oficial à Guiné Bissau no mês passado para realizar um diagnóstico da cajucultura naquele país e estabelecer o cronograma de atividades do projeto, que terá a duração de quatro anos.

Diagnóstico

Durante a viagem, Vitor Hugo e Marcelino detectaram que o país ainda realiza o plantio de cajueiro comum, por semente, prática que não é recomendada pela pesquisa agropecuária brasileira. A maior parte do plantio é feita por semeadura direta no campo, o que ocasiona um número elevado de plantas improdutivas e falta de uniformidade dos frutos. Outra constatação foi a utilização de espaçamentos variados, o que favorece o surgimento de pragas e doenças. A falta de conhecimento de técnicas de colheita e pós-colheita e a incidência de doenças como seca-das-inflorescências, resinose, mancha-de-alga, mancha-angular e infecções de antracnose também são um entrave para o desenvolvimento do cultivo.

Na Guiné Bissau, o cajueiro encontra-se em todo o território nacional e ocupa cerca de 80% da população de 1,2 milhão de habitantes. Em pouco mais de 20 anos, a área cultivada passou de 3 mil ha para cerca de 103 mil ha, com uma produção de 100 mil toneladas. Estima-se que 70% das propriedades possuem cultivo de caju.

Atualmente, a produção de castanha na Guiné Bissau é estimada em 85 mil toneladas, sendo 90 a 95% vendidas como matéria-prima para o exterior. O beneficiamento da castanha é realizado em pequenas unidades de corte manual, com alguns projetos financiados pela Fundei.

Teresa Barroso - DRT 812 CE JP Embrapa Agroindústria Tropical Fones: (85) 299-1907/9953-8290 e-mail: teresa@cnpat.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Cooperação Internacional 

Mais informações sobre o tema
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