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Embrapa Agropecuária Oeste comemora seus 28 anos

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Inserindo novas práticas de cultivo e desenvolvendo cultivares especiais, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,  transformou os estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso no  celeiro de grãos do País. A história da Embrapa Agropecuária Oeste, foi construída junto com a de Mato Grosso do Sul, que em 1975 ainda tinha seu território pertencente a Mato Grosso. Sua pesquisa transformou o cenário agrícola da região, até então desconhecida e pouco explorada, e transformou MS e MT nos maiores produtores de grãos do Brasil. Além desses Estados, a área de atuação da unidade também abange o sudoeste do Paraná e oeste de São Paulo.

José Ubirajara Garcia Fontoura, Engenheiro Agrônomo e Chefe-Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, acompanhou todo o processo de criação da unidade, que foi instituída oficialmente em 13 de junho de 1975. Ele conta que, na época da instalação deste centro em Dourados, a produção de soja em Mato Grosso se concentrava no sul do Estado (o que é hoje o sul de Mato Grosso do Sul), em uma área média de 200 mil ha, com uma produtividade de 20 sacas/ha. Só para comparar esses números, a safra de soja de 2003 de Mato Grosso do Sul ocupou uma área de 1,4 milhão de hectares, com produtividade média de 2,9 toneladas de grãos, fechando em 4,076 milhões de toneladas.

 "Sem opção, muitos produtores que migravam para o Estado traziam cultivares de sua região para plantar aqui, o que não apresentava resultados positivos, pois as variedades não se adaptavam. Até que a Embrapa iniciou suas pesquisas. Lembro quando recomendamos a primeira cultivar, cuja produtividade média se elevou para 40 sacas/ha – o que era um avanço para a época - e todo o Estado plantou, inclusive expandindo área para o norte", recorda Ubirajara.

 O agrônomo ressalta que a instituição contribuiu, ainda, para incrementar o manejo de pragas, o controle de doenças, a definição de época de plantio, a melhoria da qualidade de sementes - inclusive resultando na implantação de empresas multiplicadoras, o zoneamento e as recomendações de insumos agrícolas. Ubirajara salienta que a Embrapa Agropecuária Oeste também foi a responsável pela inserção de novas alternativas de inverno na agricultura da região, a exemplo do trigo, que foi a primeira cultura de inverno a ser explorada. "Para ter uma idéia de como o trigo despontou no Estado, lembro que, em 1987, Mato Grosso do Sul chegou a produzir mais de 500 mil toneladas deste grão, em uma área de 430 mil".

Além da recomendação e do desenvolvimento de cultivares de soja e de trigo, o trabalho da instituição também se expandiu na adaptação de outras culturas à região, como o milho, a aveia, o algodão, o girassol, entre outras. Atualmente, dentre os serviços que oferece, destacam-se, ainda, as análises laboratoriais, informações climatológicas, consultoria e atendimentos aos clientes.

Nesses 28 anos de existência, a Embrapa Agropecuária Oeste buscou tecnologias para a sua região de atuação, sempre incorporando os princípios da conservação ambiental e sustentabilidade aos sistemas de produção agropecuária. Sua linha de pesquisa se desenvolve na convicção de que a sustentabilidade econômica, ecológica e social do agronegócio passa, obrigatoriamente, pelas práticas do Sistema Plantio Direto, que são o não-revolvimento do solo, a rotação de culturas, incluindo atividades pecuárias, e a cobertura permanente do solo. "Ao incentivar a integração agricultura/pecuária, a Embrapa também busca, sem custo adicional ao produtor, renovar as pastagens degradadas, que hoje é uma realidade em Mato Grosso do Sul e impede a produtividade da nossa pecuária", diz Ubirajara.

Outra preocupação da Embrapa Agropecuária Oeste é desenvolver ações para aproximar, cada vez mais, a instituição da comunidade. Faz parte de sua política receber acadêmicos das universidades do município para estágio, bem como promover visitas de estudantes do ensino fundamental e médio à unidade, para que estes conheçam de perto o processo de geração da tecnologia agrícola e reflitam sobre a importância e a função do meio rural para a sociedade.

Além de buscar o fortalecimento do agronegócio, a unidade também tem investido pesado em pesquisas em busca da sustentabilidade de sistemas produtivos voltados para os agricultores familiares. Como exemplo de um projeto inovador está o PACTo - Programa de Apoio Científico e Tecnológico aos Assentamentos da Reforma Agrária, uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Ciência e Tecnologia, implantado há três anos em Mato Grosso do Sul como experiência piloto, coordenado por pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste. O programa tem como agentes financiadores o Instituto Nacional de Colonização e Desenvolvimento Agrário – INCRA e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, envolvendo ações também da Embrapa Negócios Tecnológicos, Universidade Estadual de MS, Idaterra e prefeituras das cidades envolvidas. "Como empresa pública, planejamos nossas atividades de acordo com as demandas da sociedade, e esta continua a demandar competência gerencial em pesquisa e desenvolvimento, mas agora no contexto das pequenas propriedades", afirma Ubirajara

Área de Comunicação Empresarial Embrapa Agropecuária Oeste Fone: (67) 425-5122 sac@cpao.embrapa.br  

Tema: A Embrapa 

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