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Lodo de esgoto reduz custo de cafeicultores

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O Brasil tem 2 milhões de pés de café em produção e que consomem uma média de 160 mil toneladas de nitrogênio/ano, elemento que os cafeicultores não dispensam na adubação das lavouras. A maioria dos produtores costuma aplicar cerca de 80 kg de N em cada hectare cultivado com café, o que representa hoje, um gasto superior a R$ 340 milhões.

Para diminuir esses gastos e na tentativa de reduzir a níveis mínimos a aplicação de produtos químicos no solo cultivado com café, o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa Café (Brasília-DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem incentivado e financiado pesquisas que busquem o equilíbrio ambiental. Exemplo disso é o trabalho que o pesquisador Ronaldo Berton, do Instituto Agronômico (IAC), em Capinhas, vem desenvolvendo com o lodo de esgoto, para que os cafeicultores tenham menos gastos com a adubação nitrogenada e para que o país possa reduzir as importações com esses produtos.

Berton está otimista com os resultados que vem obtendo em suas pesquisas: "A princípio, pelos resultados obtidos com outras culturas, como o milho e a banana, o lodo de esgoto poderá suprir em até 100% o N requisitado pelo café. Porém, as quantidades a serem aplicadas ainda precisam ser mais estudadas nessa cultura, para se evitar o excesso de nitrato no solo".

Este é o segundo ano que o pesquisador desenvolve a pesquisa e com um resultado animador: o lodo também poderá substituir a adubação orgânica convencional, que é feita no sulco, quando da instalação do cafezal. O custo do esterco de galinha, por exemplo, é cerca de 28% do custo total de implantação dessa cultura no campo.

Berton considera que a utilização dessa prática pode crescer no Brasil proporcionalmente ao aumento das estações de tratamento de esgoto. Com isso, alguns nutrientes fornecidos via adubos químicos, que o agricultor precisa comprar no comércio, poderão ser parcialmente ou mesmo totalmente supridos, com a incorporação do lodo de esgoto no solo, a um custo muito baixo.

A utilização do lodo de esgoto na agricultura representa também ganhos ambientais, uma vez que essa utilização requer tratamento de esgoto, o que resulta na preservando rios e lagos.

Jornalista Sandra Zambudio – MTb 939/80/PR Embrapa Café - Comunicação, Brasília – DF Fone: (61) 448-4551 Sandra.Zambudio@embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Matérias Primas\Café 

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