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Apicultura no Pantanal apresenta vantagens

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O Pantanal apresenta várias espécies de abelhas nativas, por exemplo, Jataí (Trigona jaty) e Mandurim (Melipona marginata). No entanto, para que sejam exploradas de forma racional muitos estudos ainda necessitam ser realizados (habitações adequadas, manejo, potencial produtivo, etc.). Atualmente, a abelha africanizada (Apis mellifera L.) é a espécie mais explorada economicamente na região do Pantanal por apresentar-se amplamente distribuída, possuir elevado nível populacional, coletar pólen e néctar de praticamente todas as plantas com flores, entre outras características. Nessa área há mais de 1700 espécies de plantas, com grande variedade de floradas durante todo o ano, que são visitadas pelas abelhas africanizadas possibilitando a produção de mel com excelente nível de qualidade comercial.

Segundo o pesquisador Vanderlei Doniseti dos Reis, da Embrapa Pantanal (Corumbá, MS),unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o mel do Pantanal pode ser classificado como "natural". Para receber a denominação de "orgânico" necessita de alguns ajustes no sistema produtivo e ser certificado por alguma empresa que presta esse tipo de serviço. As abelhas nessa região habitam áreas com elevado grau de conservação natural e com pouca incidência de produtos agroquímicos, pois a principal atividade econômica no Pantanal é a pecuária extensiva e a agricultura é restrita a pequenas áreas, sendo explorada basicamente para atender a subsistência dos próprios produtores. "Isso garante que o produto final possa vir a apresentar qualidade superior e reduz a probabilidade de contaminação do mel e demais produtos apícolas", explica.

Outra vantagem da produção apícola, destacada pelo pesquisador, é que esse tipo de atividade produz baixo impacto ambiental, pois quando realizada de forma racional, explora o ambiente sem degradá-lo. Além disso, a atividade exige dos produtores um baixo investimento inicial e garante retorno financeiro num período de curto prazo.

Um terceiro benefício da produção de mel no Pantanal está relacionada a comercialização do produto. "O Estado de Mato Grosso do Sul não é auto-suficiente na produção de mel. Além disso, o mercado externo está muito receptivo a importação do produto, pois os maiores exportadores de mel do mundo, China e Argentina, estão com problemas relacionados a contaminação do mel com resíduos de produto proibido (clorofernicol) e estão, temporariamente, fora do mercado mundial", salienta Vanderlei.

"O mercado brasileiro de consumo de mel, ainda tem muito a crescer. Cada brasileiro consome em média, cerca de 60 gramas de mel por ano, pois seu consumo ainda está muito associado a questões medicinais. Entretanto, em países como a Alemanha esse número salta para 1 quilo por ano. Já que nesses países o mel é corretamente utilizado como um alimento natural rico em carboidratos fundamentais para a reposição de energia ao corpo humano.", ressalta o pesquisador.

Necessidades - Apesar do potencial apícola do Pantanal, o pesquisador destaca a necessidade de maiores investimentos no setor produtivo, como a utilização obrigatória de desumidificadores em toda a produção de mel nessa região. "Esse tipo de equipamento, permite que o percentual de umidade se mantenha abaixo do índice de 20%. Isso é fundamental para a viabilizar a comercialização do produto, pois garante sua qualidade e conservação", completa.

Christiane Rodrigues Congro – Mtb-SC 00825/9 Embrapa Pantanal. Contatos: (67) 233-2430 - congro@cpap.embrapa.br  

Tema: Ecossistema\Pantanal 

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