Sensoriamento remoto, controladores de máquinas, equipamentos e implementos programados para semearem em espaçamento milimétricamente medidos ou para aplicarem adubos e defensivos na dose precisamente determinada para atender às necessidades de cada faixa de solo e de grupos de plantas. A propriedade começa a ser gerenciada com a ajuda de satélites, os mesmos que ajudam cientistas brasileiros a monitorar as condições do solo e do clima em todo o mundo.

E no que depender do empenho dos cientistas ligados ao Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa Café, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, esse novo jeito de administrar os cultivos agrícolas, pode se tornar indispensável a centenas de cafeicultores que já utilizam tecnologias modernas e sofisticadas para automação de suas lavouras, como o GPS (equipamentos utilizados para navegação e medidas precisas de localização geográfica e geodésica) e outros tantos produtores familiares que se esmeram no controle dos fatores de produção de cada talhão de sua propriedade.

Trata-se da agricultura de precisão, um sistema que oferece ferramentas para planejamento e gerenciamento da atividade agrícola, com resultados imediatos na redução de custos e de impactos ambientais porque permite a utilização precisa de insumos e dos fatores de produção.

Viabilizar meios de essa tecnologia ser levada ao parque cafeeiro nacional foi a tônica das palestras e dos debates do 1º Ciclo de Palestras sobre Agricultura de Precisão no Café do Cerrado, que reuniu dezenas de produtores, técnicos e pesquisadores, no último dia 23 de julho, na cidade de Patrocínio, MG. O evento foi promovido com o apoio do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa Café, pela Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa), pelo Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado (Caccer), pelo Café do Cerrado e a pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

Aquela região produz um dos cafés mais cobiçados nos países consumidores de café expresso no mundo. Um tipo de café que está ganhando a preferência de consumidores mais exigentes como os alemães, americanos, italianos e japoneses.   Muitas vantagens para o café   Podemos trazer para as lavouras cafeeiras, os benefícios que a agricultura de precisão traz para as culturas anuais como a soja e o milho – enfatizou o gerente geral da Embrapa Café, Antônio de Pádua Nacif, um dos palestrantes do evento de Patrocínio. Ele disse que a Embrapa estava levando aos produtores e técnicos presentes, a proposta de se fazer uma pesquisa inovadora no Brasil: o emprego da agricultura de precisão nos cafezais de pequenos, médios e grandes produtores.

"Esta é, sem dúvida, uma tecnologia indispensável aos cafeicultores que pretendem minimizar seus custos, incrementar a produtividade e utilizar boas práticas agrícolas, com menor impacto sobre o meio ambiente, e preservadoras da saúde do consumidor" – disse Nacif.

Participaram do evento como palestrantes, o secretário adjunto da Agricultura do Estado de Minas Gerais, Antônio Cândido Martins Borges; o presidente da Acarpa, Wilson José de Oliveira; o vice-presidente do Caccer, Agnaldo José de Lima; os pesquisadores Eduardo Assad, da Embrapa Informática Agropecuária, Evandro Mantovani, da Embrapa Milho e Sorgo, Hilton Silveira Pinto e Jansle Vieira da Rocha, da Unicamp; Tatiana Grossi Vieira, da Epamig; Helena Maria Ramos Alves, da Embrapa Café; Francisco de Assis Pinto, da Universidade Federal de Viçosa; Fábio Moreira da Silva, da Universidade Federal de Lavras; Gregory Riordan, da Massey Fergusson.     Sandra Zambudio – MTb 929/80/PR Embrapa Café Contatos: (61) 448-4551 - sandra.zambudio@embrapa.br