01/07/03 |

Potencial da rotação de culturas na melhoria solo é comprovado

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Sob a semeadura direta, a rotação de culturas com espécies usadas para cobertura vegetal do solo garante a manutenção de sistemas produtivos sustentáveis. A constatação é do pesquisador Clóvis Borkert, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que, durante cinco anos, fez avaliação no campo do comportamento das espécies: aveia-preta, mucuna-preta, guandu, tremoço e ervilhaca. "O objetivo era verificar como ocorria a reciclagem dos minerais absorvidos do solo pela planta e como retornavam na forma de nutrientes à cultura seguinte", diz Borkert.

Segundo ele, a maioria dos trabalhos que envolvem plantas de cobertura de solo, somente avaliam o rendimento de matéria verde e seca dessas espécies. "No entanto, a pesquisa que conduzimos foi realizada para estimar as quantidades de nutrientes que são recicladas pelas espécies vegetais nos sistemas de rotação de culturas na sucessão soja-trigo". O resultado da pesquisa mostrou que todas as espécies avaliadas reciclam micronutrientes, cálcio e magnésio, porém baixas quantidades de fósforo.

A aveia-preta e a ervilhaca, em especial, reciclam grande quantidade de potássio, e a ervilhaca, a mucuna-preta, o tremoço e o guandu reciclam bastante nitrogênio.  " Isso mostra que se o produtor fizer rotação com essas espécies, ele economiza na quantidade de adubos aplicados na cultura principal. Essas espécies de cobertura verde possuem sistema radicular profundo e buscam nutrientes minerais que teriam sido levados para camadas mais profundas", diz.

Para o pesquisador da Embrapa Soja, a prática de rotação de culturas viabiliza tanto o manejo da fertilidade do solo quanto o controle de pragas, doenças e ervas daninhas, pois a introdução de novas espécies quebra o ciclo de ação dessas pragas. "Vale lembrar que a viabilidade e a continuidade da semeadura direta depende da rotação de culturas".

Apesar de todos os benefícios, Borkert lembra que a prática de rotação de culturas ainda é incipiente no Brasil. A semeadura direta, ao contrário, tem crescido a cada ano. A safra 2001/2002 é um exemplo, porque 82% dos 3 milhões de hectares de soja cultivados no Paraná foram feitos em sistema de semeadura direta. "A rotação de culturas é uma prática que deve ser incorporada aos sistemas de produção para assegurar uma agricultura com menor aplicação de insumos e consequente redução de custos."

Lebna Landgraf - MTb 2903 Embrapa Soja Contato: (43) 3371-6061 - lebna@cnpso.embrapa.br  

Tema: Fatores e Insumos\Solos 

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