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Política nacional de captação de água de chuva é defendida em simpósio

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O Brasil é dos poucos países do mundo de grande dimensão a registrar chuvas em toda a sua extensão territorial. No semi-árido, apesar da variação das precipitações, chega a chover, em média, cerca de 700 bilhões de metros cúbicos de água. É um volume expressivo que o país precisa cuidar, criando uma política nacional de captação de água de chuva, defendeu Roberto Malvezzi, da Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), na abertura do IV Simpósio Brasileiro sobre Captação e Manejo de Água de Chuva, que acontece de 09 a 11 de julho, na cidade de Juazeiro (BA).

Para Malvezzi, é fundamental fazer com que o governo entenda da importância de usar melhor a água das chuvas, e não apenas para o consumo das populações que habitam nas zonas rurais. Cerca de 20% dos brasileiros não tem acesso à água potável. Além disso, aproximada-mente 40% da água encanada no país não é confiável para o consumo humano. Isto põe nada menos que 105 milhões de brasileiros no campo e na cidade carente de recursos hídricos. No semi-árido, a expansão do Programa de construção de um milhão de cisternas rurais revela a utilização com sucesso da água de chuva para o abastecimento das famílias nas regiões secas do Nordeste.

Movimentos sociais - Malvezzi enfatiza a necessidade de se avaliar de forma mais crítica a questão da crise de escassez da água. Na sua opinião, nessa discussão é preciso ter bem claro o que é fato e ciência do que é ideologia. Ele declara que há uma oligarquia internacional que quer controlar os negócios relacionados à água no mundo inteiro e tem especial interesse em produzir o discurso da escassez. No Brasil, Pernambuco que é o estado com menor oferta per capita de água (1270 m3/pessoa) está acima da média do que é considerado como escassez pelas Organizações das Nações Unidas (ONU): 1000 m3/pessoa. No Piauí, a relação é de 10 mil m3/pessoa.

O pesquisador Everaldo Rocha Porto, da Embrapa Semi-Árido (Petrolina, PE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento defende que é urgente se buscar soluções para o problema da água. As comunidades rurais e urbanas precisam ter participação ativa nas decisões sobre os recursos hídricos. Os movimentos sociais são fundamentais na afirmação de programas em prol das águas. E isto é particularmente importante porque são as comunidades mais pobres que sofrem com a má utilização dos mananciais. Não devemos esquecer que a natureza não cria água, ela recicla água, ressalta Everaldo.

O IV Simpósio é organizado pela Embrapa Semi-Árido, o Instituto Regional da Pequena Agro-pecuária Apropriada (IRPAA), a Universidade da Bahia (UNEB) e Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva (ABCMAC).

Mais informações: Everaldo Rocha Porto – pesquisador Telefone: (87) 3862 2437 - erporto@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – Jornalista Embrapa Semi-Árido Contatos: (87) 3862-1711 - marcelrn@cpatsa.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

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