"Enquanto um hectare de pastagem gera R$ 98 de renda para o produtor, a rentabilidade de um hectare de soja é de R$ 561. A soja é um atrativo e pode ser implantada na reforma de pastagens degradadas, devolvendo ao produtor a área novamente com capim plantado". A afirmação, de autoria da pesquisadora Esther Cardoso, da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vem de encontro à necessidade de integração de atividades agropecuárias nas propriedades, mantendo a fertilidade do solo e o próprio sistema produtivo. Após a colheita da soja, pastagens podem ser formadas na mesma área, otimizando a renda do produtor. . A alternativa demonstrada pela pesquisadora - apresentada quinta-feira, 17, durante o "I Seminário Internacional para o Desenvolvimento Sustentável da Pecuária na Amazônia: Produtividade com Qualidade Ambiental", é fundamentada na adoção de políticas governamentais e tecnológicas. "A Amazônia é um ecossistema frágil, com recursos naturais finitos, como todos os outros, mas já existe o consenso de que é possível produzir mais e melhor sem provocar novos desmatamentos. Uma série de atividades sustentáveis podem ser implementadas gerando melhoria da qualidade de vida", destaca Esther Cardoso.

Em relação ao desenvolvimento da pecuária na Amazônia, a pesquisadora tem uma posição clara: "o produtor deveria cuidar melhor do couro, por exemplo, agregando valores ao seu produto. Outra possibilidade é a antecipação de produção do animal, tendo um giro de capital mais rápido", diz. Analisando a cadeia produtiva como um todo, Esther Cardoso frisa a necessidade de manutenção da barreira sanitária da aftosa, fortalecendo o controle sanitário, e estabelecendo parcerias entre produtores, frigoríficos e indústrias. "Políticas públicas devem andar em conjunto com as necessidades delinedas por associações de produtores, assim como projetos implementados por instituições como o Sebrae, por exemplo, que investem na cadeia produtiva", finaliza.

Sebrae RO investe em tecnologia e divulgação dos produtos do Estado   

O projeto "Cadeia Produtiva do Leite" de autoria do Sebrae RO, envolvendo instituições como Emater-RO, Embrapa Rondônia e outras empresas ligadas ao Programa de Desenvolvimento e Melhoria da Qualidade de Leite (Pro-Leite), abrange três setores: indústria, distribuição e produção. Uma das ações que serão executadas pelo programa é a implantação de bancas contendo produtos derivados do leite em supermercados de Porto Velho, reunindo clientes potenciais para sessões de degustação.

"Queremos que nossos produtos sejam conhecidos não só na capital mas no interior", destaca a diretora técnica do Sebrae em Rondônia, Maria Valdecy Benicasa Segundo ela, a metodologia deve ser implantada em um futuro próximo, sendo levada também para panificadoras. A diretora classifica a pecuária no Estado como uma atividade potencialmente capaz de alavancar a economia. "Para isso disponibilizamos as clínicas tecnológicas, identificando temas que os produtores têm carência de conhecimentos e oferecendo palestras para associações de produtores ou visitas individuais", apresenta. Interessados em ter acesso ao programa podem entrar em contato com o Sebrae RO pelo telefone (69) 217-3800.

O "I Seminário Internacional para o Desenvolvimento Sustentável da Pecuária na Amazônia: Produtividade com Qualidade Ambiental" se encerra nessa sexta-feira, 18, com a visita do secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Amaury Dimarzio, e do governador de Rondônia, Ivo Cassol. Mais informações podem ser obtidas junto à assessoria de comunicação social da Embrapa Rondônia: (69) 229-9220. O evento está sendo realizado na Ulbra em Porto Velho. A entrada é franca. Anote o e-mail do seminário: seminarioi@hotmail.com.

      Guilherme Ferreira Viana - MTb 06566 JP/MG Embrapa Rondônia Contatos: (69) 225-9387/222-0014 (ramal 6530) - gfviana@cpafro.embrapa.br