01/07/03 |

Jamaica e México são atingidos pela doença do coqueiro e preocupa o Brasil

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Embrapa e Instituições internacionais unem esforços para controlar o amarelecimento letal
"Plantações de coco completamente dizimadas pelo amarelecimento letal". Esta foi a primeira visão do pesquisador Jefferson Costa, da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), em visita técnica à Jamaica e ao México, no período de 9 a 20 de junho, para estabelecer uma parceria técnica. Os trabalhos visando a parceria internacional foram iniciadas na sede da Coconut Industry Board, da Jamaica, onde os técnicos foram apresentados e foi estabelecida a agenda de visitas a áreas de experimentos.

Segundo Jefferson, a doença afetou a beleza visual das praias do sudeste da Jamaica onde não se encontram mais coqueiros. De 1980 a 1990 dez milhões de plantas foram destruídas. "No momento, todos os esforços do Coconut estão concentrados no controle do amarelecimento letal", completa.

Os técnicos consideram que é apenas uma questão de tempo que quatro milhões de plantas em desenvolvimento em 17.300 ha, resultado do híbrido chamado Maypan (Anão Amarelo da Malásia x Coqueiro Gigante do Panamá), desenvolvido pelo Coconut, sejam atingidos pela doença. Dessa população, 400 mil plantas, antes consideradas resistentes, já foram dizimadas.

Após apresentação da situação, pesquisadores e diretores estabeleceram estratégias para dar início aos trabalhos de controle da doença. O ministro da Agricultura da Jamaica e o Coconut farão uma solicitação formal à Embrapa e ao governo brasileiro para estabelecer o contrato de pesquisa colaborativa entre as instituições visando testar as populações brasileiras quanto à tolerância ao amarelecimento letal e realizar o intercâmbio de germoplasma.

No México, o pesquisador visitou o Instituto de Investigações Florestais - INIFAP, onde existe um reconhecido programa de melhoramento do coqueiro, que já gerou cinco híbridos originários de cruzamentos do Anão Amarelo da Malásia com populações mexicanas do coqueiro gigante do Pacífico. Com estes híbridos, 2.500 ha já estão plantados em áreas que anteriormente tiveram coqueirais devastados pelo amarelecimento letal.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o INIFAP deverão fazer um contrato complementar ao contrato "guarda-chuva", já existente, para a realização de pesquisa colaborativa objetivando a troca de germoplasma e o teste de populações brasileiras do coqueiro quanto à resistência ao amarelecimento letal, em Chatumal.

O Brasil deverá receber do México ainda cinco populações de coqueiro com resistência ao amarelecimento letal. Toda a troca do germoplasma será efetuada por embriões que serão regenerados através de cultura de tecidos na Embrapa Tabuleiros Costeiros e no Centro de Investigações Científicas de Yucatã - CICY, uma das instituições líderes no mundo em pesquisas avançadas com o coqueiro, em Mérida, México.

O CICY enviará, ao Brasil, embriões das populações de coqueiro com resistência ao amarelecimento letal, originárias da costa do pacífico. A Embrapa Tabuleiros Costeiros deverá, em contrapartida, enviar seis populações, as mesmas que serão testadas na Jamaica e no INIFAP na busca de resistência ao amarelecimento letal.

A doença não chegou ainda ao Brasil, mas estima-se que ela esteja deslocando a uma velocidade de 100 Km por ano e, já encontra-se na América Central, o que preocupa os pesquisadores brasileiros. "Ela avança por coqueirais das zonas costeiras, devendo chegar ao Brasil num futuro próximo. Se encontrarmos algum genótipo ou híbrido brasileiro com tolerância à doença, este deverá ser recomendado para ser um dos fornecedores principais de genes ao Programa de Melhoramento do Brasil", diz o pesquisador Wilson Aragão, da Embrapa Tabuleiros Costeiros.

Sayonara Marinho - MTb- SE 895 Embrapa Tabuleiros Costeiros Contatos: 2261300 ramal 1361 - sayonara@cpatc.embrapa.br  

Tema: Ecossistema\Tabuleiros Costeiros 

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