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Fórum de pesquisa busca mais eficiência ao sojicultor brasileiro

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Para lançar cultivares de soja mais produtivas, indicar melhorias na fertilidade, no manejo da cultura e do solo e apresentar produtos eficientes no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, mais de 500 representantes da cadeia produtiva da soja estiveram reunidos, de 12 a 14 de agosto, em Uberaba, (MG), na Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil. "A adoção de tecnologias é um dos fatores que tem feito os nossos produtores alcançarem altos rendimentos em soja, tornando a cultura um dos carros chefes do agronegócio brasileiro", avaliou o presidente da Reunião, Roberto Kazuhito Zito, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

Durante a Reunião, 18 instituições lançaram 44 cultivares de soja para todo o Brasil e também foi estendido o uso de 22 cultivares para outros estados brasileiros. "A disponibilidade de cultivares altamente produtivas, resistentes a doenças e com características especiais para cada região produtora é um dos fatores que garante a competitividade brasileira", avalia o pesquisador Milton Kaster, da Embrapa Soja (Londrina, PR.

Exemplo de cultivar produtiva apresentada durante a Reunião é a BRS MG Nobreza, indicada para MG, GO, DF, BA e MT. A cultivar tem como características o ciclo médio, a resistência ao nematóide de cisto e a produtividade média de 3300 kg/ha, o que representa um ganho entre 6% e 11% a mais nos diferentes estados para onde está sendo indicada.

A cultivar BRSGO Indiara, indicada para Goiás, também promete ser sucesso entre os produtores, porque tem rendimento médio de 3300 Kg/ha, o que representa até 10% a mais de produtividade que as cultivares com que foi comparada. Seu grande diferencial é ser resistente ao nematóide de galha, que produz tumores na raiz da soja e diminui a capacidade de absorção de nutrientes. Outro lançamento para Goiás e DF é a BRSGO Amaralina , que apresentou rendimento médio de 3200 Kg/ha, 14% superior aos materiais disponíveis para a região.

Destaques também para Minas e Mato Grosso são as cultivares UFVS 2013 e UFVS 2202, ambas com rendimentos médios de 3508 kg/ha e de 4069 Kg/ha, o que significa 18% e 10% mais produtivas que as cultivares com que foram comparadas. Todas as características das cultivares indicadas durante a Reunião de Soja estarão descritas na publicação Tecnologias de Produção de Soja, editada anualmente pela Embrapa.

Além do interesse por novas cultivares para o Brasil, um dos temas que causou muito debate entre os participantes da Reunião de Soja foi a indicação de produtos químicos para controle de ferrugem da soja, doença que provocou grandes prejuízos na última safra. A comissão responsável pelo tema passa indicar novos produtos eficientes para o problema. Fertilidade

Na área de microbiologia do solo, a recomendação mínima de aplicação de inoculantes dobrou ( de 300 mil células por semente da bactéria bradirizóbio para 600 mil células) com o objetivo de ampliar a eficiência da fixação biológica do nitrogênio, o que aumenta o rendimento da soja. Além disso, propôs-se novas alternativas de aplicação de inoculantes. "Constatamos que o inoculante pode ser usado também nos sulcos do solo. No entanto, é preciso uma quantidade seis vezes maior, no solo, que a usada na semente. O objetivo dessa tecnologia é amenizar a incompatibilidade entre o uso de inoculantes e fungicidas e micronutrientes (CO e Mo), nas sementes", avalia Rubens Campo, pesquisador da Embrapa Soja.

Uma nova tecnologia também passou a ser recomendada ao produtor de sementes; o enriquecimento das sementes com molibdênio, nutriente que também favorece a fixação biológica do nitrogênio. "A indicação é de que sejam realizadas duas aplicações de 400 gramas de molibdênio entre a formação e o enchimento dos grãos.". Para melhorar a avaliação da disponibilidade de enxofre, macronutriente presente no solo e que influencia a produtividade da soja, sugere-se, a partir de agora, a coleta de duas amostras entre as camadas de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm. "O que motivou essa alteração foi a constatação da concentração do enxofre em camadas mais profundas, devido ao processo de lixiviação intensa no solo", explicou o pesquisador Fábio Alvarez de Oliveira.

Plantas Daninhas

A resistência de plantas daninhas a herbicidas é um dos assuntos recorrentes entre os pesquisadores, porque a cada ano novas espécies tornam-se resistentes à ação dos produtos químicos. Durante a Reunião, foram apresentados resultados de que a espécie Digitaria ciliaris de capim colchão também tornou-se resistente aos herbicidas inibidores da ACCase. A partir dessa constatação, são seis as espécies resistentes: o capim-marmelada Brachiaria plantaginea o capim-colchão Digitaria ciliaris, o picão preto das espécies Bidens pilosa e Bidens subalternans, e o leiteiro Euphorbia heterophylla.

O pesquisador Alexandre Brighenti, da Embrapa Soja, afirma ser prioritário que a assistência técnica e a extensão rural promovam cursos sobre resistência de plantas daninhas a herbicidas para formar difusores de tecnologias que saibam como orientar os produtores a usar herbicidas de mecanismo de ação diferenciada. "Nossa orientação para as instituições de pesquisa é que, juntamente como Comitê de Resistência da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas daninhas, realize o mapeamento das áreas de ocorrência de casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas", explica o pesquisador.

A 25ª Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil é uma promoção da Embrapa Soja, da Epamig e da Fundação Triângulo de Pesquisa e Desenvolvimento.

Lebna Landgraf - MTb 2903 Embrapa Soja Contatos: (43) 3371-6061 - lebna@cnpso.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Soja 

Mais informações sobre o tema
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