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Reunião de Soja mostra panorama da cultura nos estados produtores

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Situação da soja nos estados produtores da cultura foi destaque no primeiro dia da Reunião de Pesquisa de Soja

A abertura da 25ª Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil que realizado de 12 a 14 de agosto, em Uberaba, MG, contou com a presença do presidente da Reunião, Roberto Zito; do chefe de pesquisa da Embrapa Soja (Londrina, PR), José Renato Farias; do secretário da Agricultura de MG, José Luiz Carneiro Costa; do delegado federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Vicente Diniz; do presidente da Epamig, Baldonedo Napoleão e de outras autoridades da região.

Na palestra de abertura foi abordado o Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS), um método que avalia o estado nutricional da soja. Na seqüência, cada representante dos estados da região Central do Brasil fez um relato os principais pontos positivos e negativos da última safra de soja, que teve produção de 52 milhões de toneladas em 17 milhões de hectares. "Essa produção garante ao Brasil a segunda posição mundial, atrás apenas dos Estados Unidos", enfatiza Zito.

Na safra 2002/2003, o Mato Grosso manteve a liderança entre os estados, produzindo quase 14 milhões de toneladas de soja em 4,5 milhões de hectares. A produtividade média foi de 3100 kg/ha, o que garante competitividade internacional. "Também destacaria maior consciência do produtor com relação aos processos produtivos e a possibilidade de expansão da área com o uso de integração lavoura pecuária, diz Camilo Plácido Vieira, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MT).

O aparecimento da ferrugem da soja e o atraso de chuva para o plantio e excesso na colheita foram apontados como problemas climáticos da última safra. "O custo Brasil (impostos, custos financeiros) continua muito alto, o estado enfrenta deficiência no sistema de armazenagem e dificuldade no gerenciamento das informações disponíveis", diz Camilo.

Paraná

A área semeada com soja no Paraná saltou de 3,2 para 3,5 milhões de hectares. O aumento de 8,5% é recorde de área cultivada com soja no estado. O aumento aconteceu pela substituição da área de milho e pela expansão nas áreas de pastagens degradadas no noroeste do Estado; Em relação à safra passada, houve aumento de 13,8% na produção, que cresceu de 9,4 para 10,7 milhões de toneladas. Na última safra, houve falta de sementes de algumas variedades, com o preço médio ficando 11,3% maior que o da safra passada. "O aumento real do custo de produção também foi afetado por maior utilização de inseticidas e fungicidas", explicou o pesquisador Lineu Domit, da Embrapa Soja.

Rondônia

Apesar de ser ainda um pequeno produtor de soja com 37 mil hectares, Rondônia destacou-se na safra por apresentar a maior produtividade brasileira: 3120 Kg/ha. O crescimento da área de cultivo teve um incremento de 32% e ainda existe a possibilidade de expansão, principalmente pelo baixo valor da terra. A produção também cresceu cerca de 30%, saindo dos 89 mil toneladas para 118 mil toneladas.

O pesquisador Carlos Eduardo Pulcinelli, da Embrapa Soja, que fez a apresentação do estado disse que entre os pontos negativos estão o custo Brasil, as condições das estradas bastante deterioradas, o que aumenta o custo de frete, a grande distância entre as regiões produtoras e fornecedoras de insumos e o sistema de armazenagem ainda incipiente.

Distrito Federal

No Distrito Federal, a área plantada saltou de 37 para 43 mil hectares, sendo que houve aumento de 60% na área de produção de sementes. A produção também subiu de 104 para 117 mil toneladas. "Entre os pontos negativos, destacam-se a ocorrência de doenças de final de ciclo, a ferrugem e o nematóiide de galha", destaca o pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina,DF), Plínio de Mello de Souza.

Goiás

Em Goiás, a produção também está em ascensão. A área plantada cresceu de 1,8 para 2,1 milhões de hectares e a produção saltou de 5,3 para 6 milhões de toneladas. O investimento em plantio direto pelos produtores e  a disponibilidade de cultivares resistentes ao cancro da haste e ao nematóide de cisto são alguns dos destaques da última safra.

Como pontos negativos, o pesquisador José Nunes Júnior, do Centro Tecnológico de pesquisa Agropecuária diz que houve ocorrência de doenças de final de ciclo, do percevejo castanho, expansão da necrose da haste e detecção da ferrugem da soja em todas as regiões do estado de Goiás. "O controle desses problemas levou ao aumento do custo de produção. Além disso, a deficitária infra-estrutura das rodovias federais e estradas rurais interfere nos custos".

Minas Gerais

Em Minas, a área plantada saltou de 717 para 827 mil hectares e a produção do estado cresceu de 1,9 para 2,1 milhões de toneladas. O pesquisador da Emater-MG, Willy Mesones destacou a disponibilidade de cultivares produtivas e tolerantes às principais doenças, o acesso às linhas de crédito e o fácil escoamento da produção como pontos fortes da última safra; assim como aumento da área com plantio direto, que hoje é de cerca de 75%.

Entre as dificuldades, Mesones aponta a elevada incidência de doenças, pragas e plantas daninhas, além do desbalanço de nutrientes por uso contínuo de fertilizantes formulados comerciais. "É limitante também a produção de sementes para atender a demanda da região", diz.

São Paulo

A área plantada, em São Paulo, subiu de 550 para 600 mil hectares com produção de 1,6 milhão de hectares, devido ao rendimento médio de 2600 Kg/ha. O norte e o sudoeste do estado, que são as regiões produtores têm facilidade de escoar a produção e também de entregar o produto para as unidades de processamento.

"Entre os pontos negativos da safra paulista está a escolha equivocada de cultivares de soja, por falta de informação, o que afeta os rendimentos. Além disso, insumos como adubos e fungicidas são usados de maneira empírica, principalmente por falta de orientação da assistência técnica que está deficitária em São Paulo", explica o pesquisador Nelson Braga, do Instituto Agronômico de Campinas.

Bahia

O pesquisador Florício Pinto de Almeida, da Empresa Brasileira de Desenvolvimento Agrícola, afirma que a soja é a principal atividade do agronegócio do oeste da Bahia. Houve aumento de área plantada com soja de 800 para 850 mil hectares e produção saltou de 1,4 para 1,5 milhão de toneladas.

Não ocorreu aumento de produtividade principalmente em decorrência de veranico no início da semeadura e da elevada incidência da ferrugem da soja. "Entre as dificuldades da Bahia apontou a ineficiência no escoamento da produção por ser distante do porto, em Salvador, e o elevado custo de crédito privado", diz Lopes.

Roraima

Em Roraima, o pesquisador Daniel Gianluppi, da Embrapa Roraima afirmou que a área plantada saltou de 3,3 para 6,9 mil hectares e que a produção também cresceu de 6,7 para 15 mil toneladas, em decorrência do bom preço pago na última safra. A produtividade também melhorou saindo dos 2000 para 2200 Kg/ha.

Gialuppi afirma que esse fortalecimento da soja no estado se deve a proximidade com portos de escoamento da safra, à disponibilidade de variedades adaptadas e produtivas e ao fato da produção ocorrer na entressafra brasileira. "Com isso o produtor consegue preços melhores", afirma. "No entanto, há pontos negativos:os produtores são pouco organizados, há dificuldades com financiamento bancário, principalmente porque alguns produtores não possuem escrituras das terras", afirma.

Corredor Norte

O corredor de exportação norte, que abrange os estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará, tem se consolidado como produtor de soja, tanto que a área plantada cresce 20% ao ano. Na última safra, o financiamento a 8,75% atraiu investimentos no setor. "Apesar da boa qualidade da semente disponível, existe pouca semente no mercado o que encarece o preço. A estrutura de transporte é ruim e há grande dificuldade de armazenamento", explica o pesquisador Maurício Meyer, do campo experimental da Embrapa Soja no Maranhão.

A Reunião é uma promoção da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da Fundação Triângulo de Pesquisa e Desenvolvimento e da Embrapa Soja.

Lebna Landgraf - MTb 2903 Embrapa Soja Contatos: (43) 3371-6061- lebna@cnpso.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Transferência de Tecnologia 

Mais informações sobre o tema
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