01/08/03 |

Impactos ambientais da produção animal encerra ciclo de palestras

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O Brasil tem mais de 165 milhões de cabeças de gado, praticamente um boi para cada habitante. No entanto, o país enfrenta sérios problemas de degradação dos solos e queda de produtividade. A questão está na ordem do dia em função dos impactos ambientais negativos e disputa de mercados e é tema de debate na Expoacre 2003.

"Sustentabilidade dos impactos ambientais da produção animal em pastagens" é o tema será abordado por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no encerramento do ciclo de palestras sobre a urgência de uma pecuária sustentável que conserve os recursos naturais e promova a melhoria da qualidade de vida realizado de 30 de julho a 1º de agosto na Expoacre 2003.

A palestra acontece às 16h no estande do Sebrae, no Parque de Exposições, e é aberta a todos os interessados. De acordo com o pesquisador Ademir Hugo Zimmer, da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), a degradação de pastagens começa com a perda de vigor, produtividade e capacidade de recuperação natural. O pasto também fica mais suscetível ao ataque de pragas e doenças com incidência maior de plantas invasoras. O processo culmina com a perda de recursos naturais como solo, água e nutrientes por motivos de erosão, compactação e lixiviação.

A mortalidade dos pastos de braquiária brizanta é um problema que preocupa todos os envolvidos na cadeia produtiva especialmente nas regiões Centro Oeste e Norte. Estima-se que 80% dos 60 milhões de hectares de pastagens cultivadas no Brasil Central, que respondem por 55% da produção nacional de carne, encontram-se em algum estágio de degradação.

No Acre, as áreas degradadas ou em processo de degradação atingem 700 mil hectares, sendo que a maior parte está no Vale do Acre. Isto significa que mais áreas de florestas nativas estão sobre pressão e vale lembrar que a pecuária responde por cerca de 40% do PIB agropecuário e florestal do Estado.

Muitos dos problemas de degradação estão relacionados ao excesso de lotação dos pastos, erosão, contaminação, perda dos recursos naturais e uso inadequado de capins e forrageiras que propiciam a infestação de pragas e doenças. O uso indiscriminado do fogo é outro componente que agrava o quadro. 'Se não produzirmos de forma ambientalmente correta, vamos perder mercado consumidor e esgotar os recursos naturais, gerando desemprego, êxodo rural e esgotamento dos recursos naturais", salientou Zimmer.

Outro aspecto importante é com relação a produção de leite. É senso comum imaginar que o ganho em produtividade está relacionado apenas a melhoria genética do gado. "Investe-se muito dinheiro em genética, instalações e insumos, mas só depois o produtor descobre que não tem o básico que é a alimentação do rebanho", explicou Leovegildo Lopes de Matos, da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), em palestra proferida dia 30 de julho.

Matos destacou a importância de um pasto bem formado com diversificação de capins adaptados à região e emprego de forrageiras de alto volume de biomassa, condições essenciais para manter o rebanho sadio o ano inteiro. Os debates terminam dia 1º de agosto, com foco em gerenciamento de propriedades rurais. De acordo com o pesquisador Judson Valentim, da Embrapa Acre ( Rio Branco, AC), no sábado dia 2, pesquisadores e um grupo de produtores visitarão fazendas na região para avaliar problemas e alternativas para a pecuária no Vale do Acre. O ciclo de palestras é uma promoção do Governo do Estado e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Outras informações: Judson Valentim - pesquisador Embrapa Acre Contatos: (68) 212-3200 - judson@cpafac.embrapa.br

Soraya Pereira - MTB 26165/SP Embrapa Acre Contatos: (68) 212- 3200 - soraya@cpafac.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/