Brasil transfere tecnologias para cotonicultura colombiana
Brasil transfere tecnologias para cotonicultura colombiana
Pesquisadores brasileiros iniciaram um trabalho de cooperação com colegas colombianos visando trocar informações sobre sistemas de produção, transferência de tecnologia, manejo cultural e manejo de doenças do algodoeiro naquele país. Os primeiros intercâmbios nesse sentido ocorreram na semana passada, com a participação de especialistas da Embrapa Algodão (Campina Grande, PB) em um seminário técnico, realizado, na capital, Bogotá.
"Discutimos aspectos da epidemiologia da ramulose, como a dispersão de esporos de fungos, transmissão da doença via sementes, sobrevivência em restos vegetais e condições de ambiente favoráveis à ocorrência da doença. Outra questão abordada foi o manejo da doença: produção de sementes isentas do fungo, tratamento de sementes, utilização de cultivares com resistência, manejo cultural com rotação de culturas e controle químico", relata o fitopatologista Nelson Dias Suassuna.
"Ainda na discussão sobre a doença, alguns pontos foram levantados, corroborando resultados de pesquisa desenvolvidas pela Embrapa, como a relação entre pilosidade da folha de algodoeiro com a resistência à ramulose", acrescenta Suassuna.
Segundo Odilon Reny Ribeiro, outro pesquisador da Embrapa que participou do seminário na Colômbia, "a transferência de tecnologia, é um ponto de estrangulamento do pequeno produtor adotar as novas técnicas". Ribeiro proferiu palestra sobre os sistemas de produção e as estratégias de transferência de tecnologia para o algodão no Brasil. "Lá a maioria dos produtores são pequenos, eles plantam o algodão, em uma região no primeiro semestre e na outra no segundo semestre", ressalta Odilon. A representação brasileira no evento ainda contou com a presença do pesquisador José da Cunha Medeiros, que mostrou aos participantes do seminário dados sobre manejo de solos e o controle de ervas daninhas.
"O Ministério da Agricultura está finalizando um plano nacional de algodão para todas as regiões algodoeiras do país", informa o engenheiro agrônomo Jesan Gómez Soto, da Corporação Colombiana de Pesquisa Agropecuária (Corpoica, sigla em espanhol). Ele avalia que a experiência da Embrapa com Unidades Técnicas de Demonstração (UTD's) podem se adequar plenamente nos órgãos colombianos de extensão rural. Brevemente, a instituição colombiana enviará três agentes de transferência para conhecer como é feito esse trabalho na Região Nordeste, pelos técnicos da Embrapa Algodão.
A Colômbia possui hoje cerca de 30 mil hectares cultivados com algodão, com uma produtividade média de 3,8 toneladas por hectare, mas a demanda do consumo interno é o dobro do que se produz naquele país.A cotonicultura colombiana é composta basicamente de médios e grande produtores, mas com uma colheita ainda pouco mecanizada. O algodão é cultivado no primeiro semestre, ficando a segunda metade do ano para o plantio de milho e soja, semelhante ao sistema de safrinha brasileiro.
Foram firmados vários compromissos entre os pesquisadores dos dois países, no intento de se avançarem em pesquisas envolvendo doenças de algodoeiro comuns na Colômbia e no Brasil. Além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o evento em Bogotá atraiu pesquisadores de outras instituições estrangeiras, como da Universidade do Texas (EUA) e do Instituto Nacional de Tecnologias Agrícolas (Argentina). Dalmo Oliveira - MTbPB 0598/PB Embrapa Algodão Contatos: (83) 315.4361 – dalmo@cnpa.embrapa.br
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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