01/08/03 |

Brasil transfere tecnologias para cotonicultura colombiana

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Pesquisadores brasileiros iniciaram um trabalho de cooperação com colegas colombianos visando trocar informações sobre sistemas de produção, transferência de tecnologia, manejo cultural e manejo de doenças do algodoeiro naquele país. Os primeiros intercâmbios nesse sentido ocorreram na semana passada, com a participação de especialistas da Embrapa Algodão (Campina Grande, PB) em um seminário técnico, realizado, na capital, Bogotá.

"Discutimos aspectos da epidemiologia da ramulose, como a dispersão de esporos de fungos, transmissão da doença via sementes, sobrevivência em restos vegetais e condições de ambiente favoráveis à ocorrência da doença. Outra questão abordada foi o manejo da doença: produção de sementes isentas do fungo, tratamento de sementes, utilização de cultivares com resistência, manejo cultural com rotação de culturas e controle químico", relata o fitopatologista Nelson Dias Suassuna.

"Ainda na discussão sobre a doença, alguns pontos foram levantados, corroborando resultados de pesquisa desenvolvidas pela Embrapa, como a relação entre pilosidade da folha de algodoeiro com a resistência à ramulose", acrescenta Suassuna.

Segundo Odilon Reny Ribeiro, outro pesquisador da Embrapa que participou do seminário na Colômbia, "a transferência de tecnologia, é um ponto de estrangulamento do pequeno produtor adotar as novas técnicas". Ribeiro proferiu palestra sobre os sistemas de produção e as estratégias de transferência de tecnologia para o algodão no Brasil. "Lá a maioria dos produtores são pequenos, eles plantam o algodão, em uma região no primeiro semestre e na outra no segundo semestre", ressalta Odilon. A representação brasileira no evento ainda contou com a presença do pesquisador José da Cunha Medeiros, que mostrou aos participantes do seminário dados sobre manejo de solos e o controle de ervas daninhas.

 "O Ministério da Agricultura está finalizando um plano nacional de algodão para todas as regiões algodoeiras do país", informa o engenheiro agrônomo Jesan Gómez Soto, da Corporação Colombiana de Pesquisa Agropecuária (Corpoica, sigla em espanhol). Ele avalia que a experiência da Embrapa com Unidades Técnicas de Demonstração (UTD's) podem se adequar plenamente nos órgãos colombianos de extensão rural. Brevemente, a instituição colombiana enviará três agentes de transferência para conhecer como é feito esse trabalho na Região Nordeste, pelos técnicos da Embrapa Algodão.

A Colômbia possui hoje cerca de 30 mil hectares cultivados com algodão, com uma produtividade média de 3,8 toneladas por hectare, mas a demanda do consumo interno é o dobro do que se produz naquele país.A cotonicultura colombiana é composta basicamente de médios e grande produtores, mas com uma colheita ainda pouco mecanizada. O algodão é cultivado no primeiro semestre, ficando a segunda metade do ano para o plantio de milho e soja, semelhante ao sistema de safrinha brasileiro.

Foram firmados vários compromissos entre os pesquisadores dos dois países, no intento de se avançarem em pesquisas envolvendo doenças de algodoeiro comuns na Colômbia e no Brasil. Além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o evento em Bogotá atraiu pesquisadores de outras instituições estrangeiras, como da Universidade do Texas (EUA) e do Instituto Nacional de Tecnologias Agrícolas (Argentina).     Dalmo Oliveira - MTbPB 0598/PB Embrapa Algodão Contatos: (83) 315.4361 – dalmo@cnpa.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Cooperação Internacional 

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