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Seminário discute metodologias participativas de desenvolvimento no semi-árido

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Metodologia que a FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação, emprega em programas junto a produtores e comunidades rurais ao redor do mundo vai ser avaliada no Seminário "Desenvolvimento Territorial e Convivência com o Semi-Árido Brasileiro", que acontece da sede da Embrapa em Petrolina (PE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nos dias 27, 28 e 29 de agosto. A FAO pretende ajustar o método e usá-lo no projeto de cooperação técnica firmada com o Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar (MESA) para apoiar o Programa Fome Zero. O diretor executivo da Embrapa, Gustavo Kauark Chianca vai abrir o evento.

A metodologia a ser analisada no Seminário é a da "Escolas de Campo", complementada com os serviços de comunicação para o desenvolvimento. É um método inovador que valoriza a participação dos agricultores debatendo, definindo a construindo de forma coletiva, soluções para os seus problemas, explica o pesquisador da Embrapa Semi-Árido, Pedro Carlos Gama da Silva, coordenador do Seminário. Cerca de 200 técnicos e produtores de organizações governamentais e não governamentais estão inscritos para participarem do evento, que ainda contará com representantes de instituições como o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do CIRAD, órgão de pesquisa da França, além da FAO.

Segundo Pedro Gama, os ajustes pretendidos pela FAO nos seus métodos devem incorporar a rica experiência de atuação do semi-árido por parte das ONG'S. No Seminário uma das três sessões de debates programadas abordará "Experiências de desenvolvimento e de convivência com o semi-árido", vivenciada por várias ONG'S com atuação na região seca do Nordeste a exemplo do Instituto Regional da Pequena Agricultura Apropriada (IRPAA) e AS-PTA. Nessa sessão irá se buscar entender, dentre outras coisas, como as metodologias utilizadas permitiram a identificação de ações produtivas geradoras de desenvolvimento e adaptadas à diversidade ambiental e social do semi-árido.

Ter um método de atuação adequado, que integre os múltiplos segmentos produtivos e instituicionais com a participação dos agricultores nas áreas rurais em um projeto único e cooperativo é fundamental para mudar o quadro da pobreza da região seca do Nordeste, afirma Pedro Gama. A adaptação que a FAO vai promover na sua metodologia de "Escolas de Campo" visa se adequar a outro método que o MDA e o MESA estão utilizando, de "desenvolvimento territorial".

Para o pesquisador, a concepção de território é extremamente inovador na abordagem dos problemas relacionados À pobreza, agricultura familiar e oportunidades de geração de renda com recursos locais. O enfoque de território envolve a elaboração de um projeto "orquestrado" pelos principais protagonistas do processo de desenvolvimento. Esse método requer mudanças na forma de fazer pesquisa e de transferir tecnologias, explica ele. A atuação das instituições deve estar centrada nos problemas identificados e apontados por esses protagonista. É uma nova forma de fazer pesquisa para combater a miséria no semi-árido, garante Pedro Gama.

O projeto de cooperação entre a FAO e o MESA vai ser implementado em dois territórios formados pelos municípios de Acauã, Paulistana, Betânia do Piauí, Curral Novo do Piauí, Jacobina do Piauí e Queimada Nova, no estado do Piauí, e Afrânio, Dormentes e Santa Filomena, em Pernambuco.

Mais informações: Jornalista Marcelino Ribeiro Embrapa Semi-Árido Telefone: (87) 3862 1711 E-mail: marcelrn@cpatsa.embrapa.br  

Tema: Ecossistema\Semi-Árido 

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