A soja e o girassol despontam como importantes matérias-primas para a obtenção de biocombustíveis, podendo ser componentes prioritários para promover a mudança da matriz energética mundial, afirmou o pesquisador Décio Gazzoni, da Embrapa Soja (Londrina,DF) unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante a 25ª Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, que se encerra hoje, dia 14, em Uberaba, MG.

De acordo com Gazzoni, atualmente a matriz energética mundial tem como fontes principais o petróleo, (35%), o carvão (23%) e o gás natural (21%), combustíveis fósseis não renováveis e que emitem gases responsáveis pelo efeito estufa. "Um dos sintomas desse efeito é a inesperada onda de calor que atinge a Europa", analisou.

Gazzoni explicou que o Brasil possui potencial para dominar os três ramos do mercado de biomassa: produtos florestais; combustíveis líquidos (biodiesel, etanol e metanol); e energia elétrica (queima de resíduos e dejetos). "Entre as culturas beneficiadas estão as de alto teor de carboidratos (cana-de-açúcar, milho, mandioca), as oleaginosas (soja, girassol, colza, palmáceas) e as essências florestais (eucalipto, pinus)", enumerou.

Segundo o pesquisador, a soja é uma excelente opção pela extensa área que ocupa e pela alta quantidade de óleo obtido por hectare, sendo o girassol também produtor de alto teor de óleo. O desenvolvimento de alternativas energéticas limpas, a partir da utilização da biomassa, é a opção mais racional e viável. "O Brasil deve fornecer o exemplo e elaborar um plano estratégico para migrar sua matriz energética para fontes renováveis, no horizonte de 30 anos", defendeu Gazzoni.

A viabilidade dessa nova matriz energética ampliará a produção de óleo e demais derivados dessas oleaginosas, o que resulta em aumento de área. cultivada. "Isso implica na geração de inúmeras oportunidades de emprego e renda, com foco também nas pequenas comunidades", avaliou.

A palestra do pesquisador ocorreu durante a Reunião de Soja, promovida pela Embrapa Soja Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Fundação Triângulo de Pesquisa e Desenvolvimento.

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