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Embrapa lança suas primeiras cultivares de sapoti

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Durante a X Frutal (Semana Internacional de Fruticultura e Agroindústria), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da unidade Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE) lança suas primeiras cultivares de sapoti (BRS 227) e sapota (BRS 228). Denominadas, respectivamente, Sapoti Ipacuru e Sapota Tropical, as cultivares são o resultado de 10 anos de pesquisas em melhoramento genético. Apesar de as novas cultivares serem da mesma espécie (Manilkara sapota L.), existem diferenças com relação a tamanho e formato. Enquanto o sapoti é menor e possui uma forma ovalada, a sapota apresenta formato redondo e um tamanho maior.

A cultivar de sapoti foi selecionada pelos pesquisadores da Embrapa a partir de materiais obtidos junto ao IPA (Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária) e os experimentos foram realizados no Campo Experimental do Curu, em Paraipaba (CE), o que originou o nome Ipacuru.

As mudas das novas cultivares serão disponibilizadas, preferencialmente para viveiristas, já a partir do mês de setembro. Contudo, estima-se que o consumidor poderá saborear o sapoti Ipacuru e a sapota Tropical dentro de três anos, quando se iniciarem as primeiras colheitas comerciais. Os interessados devem entrar em contato com a Embrapa pelos telefones (85) 299-1821 e 299-1817 ou pelo correio eletrônico vendas@cnpat.embrapa.br.

A sapota também foi selecionada a partir de materiais cedidos pelo IPA e testada no Campo Experimental da Embrapa. A escolha do nome (sapota Tropical) reuniu a origem tropical do fruto e a Unidade da Embrapa a desenvolver a nova cultivar, Embrapa Agroindústria Tropical.

Características das novas cultivares

Um dos diferenciais em relação às cultivares já existentes é o tamanho maior dos frutos. O novo sapoti possui um peso médio de 134g, contra 101g em média das outras cultivares. No caso da sapota, o peso médio é de 194g, sendo que a média das cultivares existentes é de 187g.

Segundo o pesquisador Clódion Torres Bandeira, coordenador das pesquisas com as novas cultivares, "o teor de sólidos solúveis também é maior (25º Brix), o que lhes conferem um sabor mais doce". Outra característica muito importante está na alta produtividade do Sapoti Ipacuru e da Sapota Tropical. Durante os experimentos realizados no Campo Experimental do Curu, utilizando o espaçamento 6 x 6m, chegou-se a uma produção de 6.000kg/ha/ano, no quarto ano de produção, ultrapassando os 7.000kg no oitavo ano.

Clódion destaca a quebra da sazonalidade produtiva como o mais importante diferencial das novas cultivares. "Enquanto a cultura só produzia nos meses de outubro a dezembro, utilizando as técnicas da fertirrigação e poda com o Sapoti Ipacuru e a Sapota Tropical, conseguimos produzir o ano todo". O pesquisador avalia que essa característica vai beneficiar principalmente o pequeno produtor, que terá renda garantida durante todo o ano. Vantagem também para o mercado e para o consumidor, que vão dispor de um produto nas prateleiras, de janeiro a janeiro.

Produção e Mercado

O cultivo do sapoti vem ganhando atenção de produtores e consumidores em diversos países. A Índia é o maior produtor mundial e sua produção continua crescendo, graças a um ativo programa de pesquisa no país para melhorar técnicas de armazenamento, transporte e estratégias de marketing. Embora não se disponham de dados estatísticos mundiais com relação à produção e comercialização de sapoti, os maiores produtores estão distribuídos pela faixa intertropical do globo, destacando-se a América Central, países asiáticos e Brasil. Sendo variedades estritamente tropicais, os frutos são tolerantes à seca e se adaptam a uma grande variedade de solo. No Brasil, a Região Nordeste é responsável pela maior parte da produção.

Um dos fortes atrativos do cultivo do sapoti é sua alta rentabilidade. O custo de produção irrigada da cultura fica em torno de R$ 0,40/kg, e o produtor consegue de R$ 1,00 a R$ 1,50 pelo quilo do produto. Já nas gôndolas dos supermercados, o preço supera os R$ 5,00 por quilo.

Teresa Barroso (DRT 812CE JP) Embrapa Agroindústria Tropical Telefones (85) 299-1907 / 9953-8290 E-mail: teresa@cnpat.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Tropicais

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