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Congresso de Algodão vai bater recorde de participação

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O maior evento da cotonicultura brasileira deve bater o recorde de participantes em sua quarta versão. Registrando 399 trabalhos inscritos, o IV Congresso Brasileiro de Algodão (CBA) ocorre no período de 15 a 18 de setembro no Centro de Convenções de Goiânia (GO) e vai tratar de temas como programas de exportação, tendências da indústria têxtil mundial, algodão geneticamente modificado e a política agrícola do Governo Lula para a cotonicultura.

Realizado pela Embrapa Algodão (Campina/PB), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e seus parceiros, o congresso será a vitrine para as tecnologias de ponta para o agronegócio do algodão brasileiro e tem como tema central "Algodão: Um mercado em evolução". Segundo Eleusio Curvelo Freire, um dos organizadores do congresso, "a idéia é levar para a capital de Goiás as maiores autoridades no assunto para discutir o futuro da cotonicultura nacional".

O estado de Goiás é hoje o segundo maior produtor de algodão do Brasil, atrás apenas do Mato Grosso. Com uma área cultivada com cerca de 120 mil hectares, o algodão goiano, no entanto, está na iminência de perder essa posição, principalmente pela resistência dos agricultores de base familiar na adoção de novas técnicas de cultivo.

"Enquanto a agricultura empresarial de Goiás avança nos ganhos de produtividade, por causa do uso intensivo de insumos e de tecnologia de ponta, os produtores da agricultura familiar empurram a produtividade média do estado para baixo justamente porque não investem na inovação tecnológica, apesar do esforço que os órgãos públicos de pesquisa e extensão rural têm feito nesse sentido", revela o pesquisador Nelson Suassuna, que vai levar para o evento trabalhos na área de fitopatologia do algodoeiro.

A Embrapa mantém em Santa Helena de Goiás uma estação experimental onde realiza teste de campo em diversas áreas agronômicas. Segundo Waltermilton Cartaxo, gerente da Área de Negócios Tecnológico da Embrapa Algodão, os principais problemas enfrentados pelos agricultores goianos estão relacionados ao controle de pragas como o bicudo e de doenças viróticas.

O Cerrado brasileiro concentra hoje a maior área plantada de algodão no país. Apenas o Estado do Mato Grosso, hoje o maior produtor do país, produziu na última safra mais de 312 mil toneladas de algodão em pluma. Juntamente com Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia, a cotonicultura desenvolvida nos últimos quinze anos no Cerrado já responde por 85% de toda a produção brasileira.

A Embrapa lançou, ao todo, vinte e sete cultivares de algodão nos últimos vinte e cinco anos, que hoje são plantadas em cerca de 43% da área cultivada no país, principalmente no cerrado dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia, além dos Estados do Nordeste. Esse trabalho permitiu que fossem feitos ajustes no sistema de produção para o manejo da cultura do algodão com mecanização de todas as operações. Novas técnicas de preparo do solo, calagem, adubação, controle de pragas e doenças e definição das épocas de plantio, fizeram com que a produtividade do algodão da região fosse elevada dos 1.500 quilos por hectare na década passada, para 3.200 quilos por hectares,atualmente.

Explorado em escala industrial, o algodão do Cerrado brasileiro precisou se adequar a um modelo de produção altamente tecnificado. "Resolvida a questão de variedades adaptadas, a Embrapa e seus parceiros passaram a se concentrar na busca de soluções para questões como a mecanização da produção,o manejo de solo, o controle de pragas e doenças e a produção e beneficiamento à nível de fazenda, de algodão de qualidade, consolidando um produto aceito para abastecimento tanto dos mercados internos, como para exportação", diz Eleusio Curvelo, chefe geral da Embrapa Algodão.

Os programas de pesquisa, para apoio aos produtores do Cerrado, estão sendo efetuados nas estações experimentais da Embrapa e das fundações parceiras, centralizados em Primavera do Leste (MT), Santa Helena (GO), Barreiras (BA) e Chapadão do Sul (MS), e replicados em outras 25 localidades. Como resultados mais recentes, foi obtida uma nova série de variedades de algodão, como a BRS AROEIRA ,BRS IPE, BRS SUCUPIRA, BRS CEDRO e BRS JATOBÁ, que já estão disponíveis aos produtores e, que são resistentes às principais doenças da cotonicultura do Cerrado como: "Doença Azul", "Mosaico comum", "Alternaria" e "Ramulose".

Dalmo Oliveira (MTb/PB N.º 0598) Embrapa Algodão Telefone: (83) 315.4361 E-mail: dalmo@cnpa.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Matérias Primas\Algodão 

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