Agricultores familiares do projeto de assentamento "Joana D'Arc", localizado em Porto Velho, participaram de dia de campo no dia 5 de setembro, na Embrapa Rondônia, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Variedades de banana do grupo FHIA (01, 18 e 21), Thap Maeo e Caipira (com frutos de sabor semelhante ao da Prata) foram apresentados.

FHIA é a sigla da Fundação Hondurense de Investigações Agrícolas – entidade localizada em Honduras – e responsável pelo desenvolvimento das variedades altamente tolerantes ao ataque da sigatoka negra. A doença – uma das principais da região Amazônica – já foi classificada como ameaça à extinção da planta pelo cientista belga Emile Frison, coordenador da Rede Internacional para o Aprimoramento da Banana, órgão sediado em Montpellier, na França. A alegação se baseia no fato de que a banana não produz sementes, impedindo a variação genética.

No entanto, o fungo responsável pelo seu desenvolvimento está sendo combatido pela Embrapa através da introdução de variedades que se têm revelado altamente tolerantes, como as que foram mostradas no dia de campo na Unidade da empresa em Rondônia. "Hoje conseguimos materiais com ótima tolerância ao ataque da sigatoka negra em Rondônia. Nosso objetivo é transmitir esses conhecimentos aos agricultores familiares do Estado", revela o engenheiro agrônomo e supervisor da visita, Zenildo Ferreira Holanda Filho. O engenheiro e o pesquisador na Área de Fitotecnia da Embrapa Rondônia José Nilton Medeiros Costa ministraram palestras e mostraram aos produtores as novas variedades, plantadas na Vitrine Tecnológica da empresa.

Histórico - De acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia na área de Fruticultura, Adriano Stephan Nascente, a sigatoka negra chegou à região Amazônica em 1998 e em 1999 atingiu parte do Mato Grosso. "Existe pouca diversidade genética pela característica de reprodução da fruta: vegetativa. No entanto, o melhoramento convencional e as técnicas modernas da hibridação somática e da engenharia genética serão instrumentos para o desenvolvimento de materiais mais resistentes", pondera Nascente.

Em um bananal, o próprio facão de poda pode ser instrumento de contágio para bananeiras sadias, daí a necessidade de cuidado no manejo da planta. Até o momento, a indicação aos produtores é a substituição gradativa dos pés atingidos por variedades mais resistentes, com indicação de pesquisadores. Mais informações podem ser obtidas junto à assessoria de comunicação social da Embrapa Rondônia através do telefone (69) 225-9387 ou pelo endereço eletrônico sac@cpafro.embrapa.br .

Guilherme Ferreira Viana (MG 06566 JP) Embrapa Rondônia Telefone: (69) 225-9387 / 222-0014 (ramal 6530) Fax: (69) 222-0409 E-mail: gfviana@cpafro.embrapa.br