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Mini-usina pode tornar pequeno produtor de algodão empreendedor rural

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A Embrapa Algodão participou até dia 13 de outubro, em João Pessoa (PB), da "Feira do Empreendedor", demonstrando para o público urbano tecnologias especialmente desenvolvidas para viabilizar o agronegócio, principalmente dos pequenos produtores do estado. Um delas é a mini-usina processadora de algodão.

Em 1995, em parceria com a empresa Sival, a Embrapa Algodão (Campina Grande, PB), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolveu uma mini-usina descaroçadeira de algodão de 25 serras e uma prensa manual de pequeno porte.

Dois anos depois, com o apoio do Banco do Nordeste, Sebrae e Máquinas Ariús, a tecnologia foi melhorada dobrando o número de serras. A nova tecnologia foi validada por pequenos produtores de algodão que testaram o equipamento nas comunidades de Mãe Joana, no município de Fagundes e Várzea da Ema, no município de Santa Helena, ambos na Paraíba.

"Na maioria dos países produtores, o algodão é comercializado em forma de pluma, enquanto no Brasil, particularmente no Nordeste, a venda da produção é feita na forma de algodão em caroço, este modelo retira do pequeno agricultor plantador de algodão, a possibilidade de agregar valor à sua produção", explica Odilon Ribeiro Reny, pesquisador da Embrapa que adaptou o novo equipamento fundamentando-se no princípio dos descaroçadores de serra.

A mini-usina de beneficiamento de algodão da Embrapa é composta por uma máquina de descaroçamento de 50 serras e uma prensa hidráulica, para enfardamento da fibra, cujos equipamentos são de fácil operação e adequados à associação de pequenos agricultores ou cooperativas que produzam algodão na forma associada,  em área de até 350 hectares.

"Com capacidade de descaroçar até 360kg de algodão em caroço por hora de trabalho, ou 2.880 kg/dia em 8 horas de trabalho ou, ainda, o equivalente a 1.065kg de pluma e 1.785kg de caroço, ela é adequada para beneficiar a produção de até 350ha, se considerarmos a produtividade média de 1.000 kg/ha e se trabalhando quatro meses de trabalho efetivo por ano.  Outra vantagem é que  utiliza a mão-de-obra de apenas cinco pessoas na condução do processo de beneficiamento e enfardamento", destaca Reny.

Com a adoção da tecnologia, o incremento de receita na pequena propriedade pode chegar até 200%, incluindo a venda de sementes. No sistema tradicional de venda direta às usina, o produtor obtinha apenas 62,50% de margem real de lucro. As principais vantagens da mini-usina de algodão para os agricultores de base familiar são:

·         Baixo custo do investimento na aquisição dos equipamentos e instalações; ·         Comercialização da pluma diretamente com a indústria de fiação, agregando valor ao produto; ·         Produção de sementes de boa qualidade no município ou região de instalação, resolvendo definitivamente os problemas de falta de sementes para plantio no início do inverno; ·         Uso da semente em forma de caroço para alimentar o rebanho local; ·         Geração de cinco empregos no manuseio da usina, no local de instalação.

  Dalmo Oliveira - MTbPB 0598/PB Embrapa Algodão Contatos: (83) 315.4361 – dalmo@cnpa.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Matérias Primas\Algodão 

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