O coco híbrido é uma alternativa de cultivo para as áreas irrigadas do semi-árido, afirma o engenheiro agrônomo Fernando Duarte Viana, chefe do Escritório da Embrapa Transferência de Tecnologia,unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Petrolina (PE). A multiplicidade de usos dessa variedade - seja para consumo in natura da água ou processamento industrial - pode favorecer padrões comerciais mais rentáveis para os produtores, afirma.

De 31 de outubro e 1 de novembro, o Escritório irá promover um seminário para debater o potencial produtivo e o estádio dos recursos tecnológicos disponíveis para a cultura que está com áreas de plantio em expansão no Brasil. O evento acontece no Auditório da 6a Superintendência da Codevasf, em Juazeiro (BA), a partir das 8:00 h.

Fernando Viana reconhece a grave crise que toma conta da cultura do coqueiro, variedade Anão, no Pólo de Irrigação de Juazeiro/Petrolina. A situação é tão crítica que tem levado importantes lideranças do setor a erradicar pés de planta das suas propriedades. O seminário, no entanto, é uma forma de buscar soluções que invertam a direção dessa crise com propostas produtivas, viáveis tecnicamente e apresente resultados financeiros atrativos que estimule os produtores a investirem no negócio, explica Viana. O conjunto de palestras e o bom nível técnico dos palestrantes darão aos produtores oportunidade ímpar de avaliar a alternativa representada pelo coco híbrido.

Maior produtividade - No Brasil, o coqueiro tem sido cultivado com predominância no litoral da região Nordeste. Contudo, a espécie está se expandindo para as regiões Norte, Centro-Oeste e partes das regiões Sul e Sudeste, e o semi-árido nordestino. As variedades mais importantes são a Gigante (Typica) e Anã (Nana). O Híbrido é resultado de cruzamento entre essas variedades. Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Coco (Abrascoco), 70%, 20% e 10% dos coqueirais são plantados com a Gigante, Anão e Híbrido, respectivamente.

Segundo o pesquisador Wilson Aragão, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, o coco Híbrido pode oferecer diversas vantagens em relação às outras duas variedades, em situação de boa condição agroecológica de plantio. Ela apresenta maior produtividade de polpa (8,5 a 9 t/ha) em relação ao Anão ( 8 t/ha) e a Gigante (3,5 a 5 t/ha). Da mesma forma, concentra mais água (10 mil a 12 mil l/ha) e maior produtividade de fruto (20 mil a 24 mil frutos/ha) que os 5 mil a 7 mil l/ha e 8.500 a 11.500 frutos/ha da Gigante. Em relação à Anã, o Híbrido tem a vantagem de possuir uma planta mais vigorosa, com maiores produções de água (500 ml/fruto contra 300 ml/fruto) e de polpa (350 a 400g/fruto contra 200g/fruto, em média).

Aragão explica que há desvantagens também do Híbrido em relação às outras duas variedades. O Híbrido, por exemplo, tem vida útil menor que a Gigante e florescimento mais tardio que a Anã. No seminário, as informações acerca dessas questões serão apresentadas em profundidade para que os produtores possam avaliar o coco híbrido como uma opção sustentável para os agricultores das áreas irrigadas, em especial os agricultores familiares.

Além das seções técnicas, o seminário promoverá uma mesa redonda com participação de representantes das duas maiores agroindústrias do setor no país. Nesta mesa serão esclarecidos alguns aspectos da cadeia produtiva do coco, assim como a oportunização de novos negócios, principalmente no Vale do São Francisco.

Programação 31 de Outubro 2003 07h30 - Inscrições 08h30 - Sessão solene de abertura - Pedro Moreira de Silva Filho, Gerente Geral Embrapa Transferência de Tecnologia; Lafayette Franco Sobral - Chefe Geral Embrapa Tabuleiros Costeiros;  Fernando Duarte Vianna, Gerente Embrapa Transferência de Tecnologia (SNT Petrolina); Joseph Wallace Farias Bandeira, Prefeito Municipal de Juazeiro 09h00 - Coqueiro Híbrido: Plantas de Múltiplas utilidades - "In natura e Agroindústria" -  Coordenador: Wellington Antônio Moreira, Embrapa Semi-Árido; Wilson Menezes Aragão, Embrapa Tabuleiros Costeiros 10h00 - Intervalo 10h15 - Produção de sementes certificadas de Coqueiro - Wilson Menezes Aragão, Embrapa Tabuleiros Costeiros; Sergio Guilherme de Azevedo, Embrapa Transferência de Tecnologia ( EN Petrolina) 11h00 - Legislação sobre Produção de Sementes Certificadas de Coqueiro - José Neumar Francelino – MAPA 12h00 - Intervalo de almoço 13h30 - Aspecto técnicos de manejo do cultivo do Coqueiro - Coordenador: Elisaldo da Luz Pires, Embrapa Transferência de Tecnologia (EN Petrolina); Humberto Rollemberg, Embrapa Tabuleiros Costeiros 14h30 - Pragas do Coqueiro - Joanna Maria Santos Ferreira, Embrapa Tabuleiros Costeiros; Wellington Antônio Moreira, Embrapa Semi-Árido 16h00 - Intervalo 16h30 - Mesa Redonda – A Cultura do Coqueiro na região do Vale do São Francisco – Situação anual e perspectiva -    Coordenador - Wilson Menezes Aragão, Embrapa Tabuleiros Costeiros; Emerson Tenório, Amacoco; Mario Vital, DUCOCO, Aluízio  Gomes,– Grupo do Coco do Vale; Francisco Nunes, SIndicoco   01 de Novembro 2003 08h10 - Dia de Campo sobre Produção de Sementes Híbridas de Coqueiro na Embrapa Escritório  de Negócio de Petrolina. 1º Estação – Campo Matriz de Coqueiro Anão Verde e Métodos de Produção de Sementes Híbridas Certificadas de Coqueiro – Emasculação do Coqueiro Anão Verde / Aplicação do Pólen - Wilson Menezes Aragão, Embrapa Tabuleiros Costeiros 2º Estação – Germinadouro e Plantio Definitivo - Sergio Guilherme de Azevedo, Embrapa Transferência de Tecnologia (EN Petrolina0 3º Estação – Ecofisiologia do Coqueiro - Edson Passos, Embrapa Tabuleiros Costeiros 4º Estação – Pragas do Coqueiro - Joanna Maria Santos Ferreira, Embrapa Tabuleiros Costeiros; Wellington Antônio Moreira, Embrapa Semi-Árido

Mais informações: Fernando Duarte Viana – Chefe do Escritório de Petrolina Embrapa Transferência de Tecnologia Contatos: (87) 3862-2845 - vianna@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – jornalista Embrapa Semi-Árido Contatos: (87) 3862-1711 - marcelrn@cpatsa.embrapa.br