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Fossa Biodigestora está entre as finalistas do Prêmio Fundação Banco do Brasil

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O sistema Fossa Séptica Biodigestora, desenvolvido pela Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está entre as 30 finalistas que estão participando do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. O projeto é uma das ações certificadas e cadastradas no Banco de Tecnologias Sociais, base de dados disponibilizada no site da Fundação (www.cidadania-e.com.br).

O Prêmio recebeu 634 inscrições de instituições públicas e privadas de todo o País, sendo cada uma avaliada dentro dos critérios de sustentabilidade, baixo custo, fácil aplicação e reaplicabilidade –possibilidade de disseminar a solução entre outras comunidades que convivam com problemas similares. Das 634 foram consideradas tecnologias sociais 96, que receberam pontuação correspondente a seu mérito, resultado e impacto. Nesta etapa foram definidas as 30 finalistas, entre elas, a Fossa Biodigestora, que participarão do evento de premiação, em São Paulo, no dia 18 novembro.

Em carta enviada ao pesquisador Antonio Pereira de Novaes, responsável pelo desenvolvimento do sistema Fossa Biodigestora, o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques de Oliveira Pena, destaca que a participação da Embrapa Instrumentação Agropecuária no Prêmio tem um valor inestimável para o desenvolvimento social brasileiro. "Uma demonstração clara de que as instituições brasileiras são capazes de, com criatividade e eficiência, fazer frente aos inúmeros desafios sociais existentes, e que, com sua atuação, estão contribuindo para melhorar a realidade social em nosso País".

Para o chefe-geral da instituição de pesquisa agropecuária, Ladislau Martin Neto, a classificação da Fossa Biodigestora, é motivo de orgulho para a Embrapa, que tem se preocupado cada vez mais com o desenvolvimento sustentável do País e com geração de tecnologias que reflitam em melhoria de vida para o cidadão brasileiro, e em especial do agricultor brasileiro.

A Fossa Biodigestora é um sistema simples e barato de tratar o esgoto na zona rural, onde falta saneamento básico. Nesse sistema, a tubulação do vaso sanitário é desviada para caixas de amianto, nos quais os coliformes fecais são transformados em adubo orgânico, pelo processo de biodigestão.

De acordo com dados da FAO/ONU, a agricultura de base familiar reúne cerca de 14 milhões de pessoas, mais de 60% do total de agricultores, e detém 75% dos estabelecimentos agrícolas no Brasil. Nessas propriedades o uso de "fossas negras" é muito comum, porém, contaminam águas subterrâneas e, obviamente, os poços de água, sendo que a probabilidade de contaminação da população rural e, sobretudo, de contração de doenças, entre elas, salmonelose, hepatite, diarréia e cólera, é considerável. Segundo dados do IBGE de 2001, apenas cerca de 12% do esgoto rural recebe algum tipo de tratamento, mas em algumas regiões, como Norte e Nordeste, esta porcentagem se reduz ainda mais, atingindo pouco mais de 5%.

A produção de adubo orgânico líquido, gerado ao término do processo de biodigestão do esgoto doméstico, é rico em macro e micronutrientes e pode ser utilizado para complementar a adubação de NPK na ordem de, aproximadamente, 4.200kg por ano. Estimando-se um preço médio de R$ 700,00 por tonelada da composição NPK, o uso do adubo orgânico líquido produzido pela fossa pode representar uma economia para o produtor em torno de R$ 3.000,00 ao ano com a aquisição de adubo.

Joanir Silva - MTb 19554 Embrapa Instrumentação Agropecuária Contato: (16) 274 2477 - jo@cnpdia.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Biotecnologia

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