A Sygen International acaba de investir mais de 10 milhões de dólares no promissor mercado de camarão brasileiro. A empresa americana, que tem atividades em 30 países, comprou a Aquatec, líder do setor no país. As informações são do pesquisador e geneticista em camarão da Sygen de Berkeley, Califórnia-USA, João Luis Rocha, que proferiu a palestra Melhoramento Genético de Camarão: uma Visão da Iniciativa Privada para pesquisadores da Embrapa, nesta segunda-feira, 13, na sede da Empresa, em Brasília/DF.

Para o chefe da Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento (SPD) da Embrapa, Geraldo Eugênio, o incremento do setor - considerado estratégico para a nação - deve ter reflexos também na pesquisa, motivo pelo qual a empresa começa a promover iniciativas para discutir a questão. Segundo prevê o assessor técnico da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), Eric Arthur Bastos Routledge, presente no seminário, "em dez anos o investimento na área deverá triplicar".

"O desejo do ministro José Fritsch (da SEAP) é ver essa área sendo considerada estratégica também pela Embrapa, e que a empresa venha a assumir, no setor, o papel que já desempenha na agricultura e pecuária", ressalta Eric. O assessor disse ter expectativas de que a Embrapa abra concursos na área de aqüicultura para incrementar os estudos de espécies nativas do camarão, por exemplo, "com grande potencial de agregação de valor, por sua coloração e crescimento, mas que apresenta problemas relacionados à nutrição que precisam ser estudados", acrescenta.

As pesquisas na área de melhoramento genético realizadas no Brasil pela Sygen são basicamente com a espécie vannamei, que é exótica. O Rio Grande do Norte, onde está sediada a Sygen, é o principal Estado produtor de camarão da Região Nordeste, responsável por 97 por cento da produção nacional para exportação. Segundo o geneticista João Luis Rocha, a perspectiva de crescimento do setor no País foi um dos motivos do significativo investimento da Sygen, que tem iniciativas semelhantes no México, Tailândia e Havaí. A compra da Aquatec, conforme informou Rocha, deverá significar mais investimento na área de melhoramento genético. A empresa conta com 170 funcionários e tem uma produção mensal de 250 milhões de larvas.

Atualmente, a Embrapa conta com apenas 13 pesquisadores atuando com pesca, segundo a pesquisadora da Embrapa Meio-Norte, Ângela Puchnick. Atuando com outros dois colegas, ela se ressente da falta de mais pesquisadores para estudar o grande número de espécies existentes na região.

Valéria Costa - MTb 15533/32/59 - SP Assessoria de Comunicação Social - Embrapa Fone: (61) 448.4015 - valeria.costa@embrapa.br