O presidente do Ibama, Marcus Barros, entregou, dia 20, ao diretor-presidente da Embrapa, Clayton Campanhola, licença que permitirá à empresa realizar pesquisas com mamão geneticamente modificado, primeiro experimento a conseguir a autorização no país. A entrega foi feita na presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, durante cerimônia de abertura da Oficina de Trabalho sobre Parcerias para Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade e das Florestas, realizada na sede da a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília/DF.

Barros disse que o Ibama não quer ser um entrave à ciência e que a liberação da pesquisa com o mamão transgênico marca a "quebra de preconceitos". A Licença de Operação para Área de Pesquisa (LOAP) concedida ao experimento com mamão resistente ao vírus da mancha anelar, desenvolvido pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas/BA), permitirá estudos em área experimental controlada, conforme explicou Campanhola. A Embrapa é a primeira instituição de pesquisa a receber a licença do Ibama.

Acordo - Para Marina Silva, as questões ambientais não devem ser vistas como obstáculo a ser removido, mas como um aspecto a ser contemplado desde a fase de planejamento das ações. A ministra ressaltou que era com base nessa política ambiental integrada e transversal, que os ministérios, por meio da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) e da Embrapa, assinavam, na ocasião, acordo de cooperação técnica para, em parceria, encontrarem formas de conservação e uso sustentável da biodiversidade e florestas.

O ministro Roberto Rodrigues entende que os resultados técnicos alcançados pela parceria devem ser compartilhados com o setor privado, já que os estudos deverão contemplar tanto aspectos ecológicos como econômicos e sociais. O secretário João Paulo Capobianco (SBF), classificou o evento como de enorme importância, por unir a capacidade técnica da Embrapa, "uma das empresas mais importantes do sistema público brasileiro", à capilaridade do Ibama para o estudo da biodiversidade .

O diretor-presidente da Embrapa entende que o acordo é importante oportunidade para se aprofundar o conhecimento da estrutura de funcionamento do agroecossistema e então desenvolver tecnologias e sistemas de manejo que sejam ambiental e socialmente sustentáveis. Campanhola ressaltou que é preciso estimular a geração de uma nova consciência ambiental que se faça partir de educação e incentivos.

A oficina de trabalho segue até esta terça-feira, 21, tendo como temas prioritários: Conservação e uso sustentável da biodiversidade; Recursos Genéticos: acesso, uso e conservação; Biossegurança de OGMS e espécies exóticas invasoras; Florestas naturais; florestas plantadas; Áreas protegidas. Ao final da oficina, o grupo de trabalho deverá elaborar relatório com resultados e recomendações para o estabelecimento de ajustes complementares ao acordo de cooperação técnica assinado pelas instituições.

Valéria Costa - MTb 15533/32/59 - SP Assessoria de Comunicação Social - Embrapa Contatos: (61)448.4015 - valeria.costa@embrapa.br