01/10/03 |

Movimentos sociais discutem linhas de pesquisa na Embrapa

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, recebeu em sua Unidade de Trigo (Passo Fundo/RS), na manhã de quarta-feira, dia 15 de outubro de 2003, cerca de 150 pessoas ligadas a diversos movimentos sociais, para uma audiência pública.

Representantes da CUT com suas Federações e Sindicatos juntamente com integrantes da Via Campesina, MST, Pastoral da Juventude Rural, Fetraf Sul, Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais, ambientalistas e Organizações não Governamentais foram recebidos pela, Diretora Executiva da Embrapa (Brasília/DF) Mariza Barbosa e pelo Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Benami Bacaltchuk.

Saudando os presentes, os dirigentes ressaltaram que a Embrapa considera de extrema importância o diálogo com organizações da sociedade. Ressaltaram que todas as Unidades da Empresa sempre estão de portas abertas para receber grupos organizados que representem os diversos segmentos da sociedade. "A Embrapa considera este diálogo, franco e aberto, fundamental. É uma forma de termos conhecimento do que vocês realmente necessitam para podermos direcionar as pesquisas desenvolvidas pela Empresa às reais demandas dos diversos segmentos da sociedade", afirma a Diretora da Empresa.

Representando a Articulação Estadual dos Movimentos Sociais, Álvaro Delacove e Gilmar Vieira colocaram em pauta para debate temas referentes as linhas de pesquisa que a Empresa está desenvolvendo ou virá desenvolver para a agricultura familiar e assentamentos de reforma agrária no RS, enfatizando o que os movimentos sociais do campo e da cidade esperam da Embrapa em termos de pesquisas para a agricultura familiar e assentamentos da reforma agrária do RS, juntamente com a discussão sobre transgênicos.

Diante dos temas, Mariza Barbosa apresentou algumas das tecnologias que a Embrapa vem desenvolvendo em todo Brasil direcionadas à pequena propriedade, dando ênfase para o processo de criação dos Núcleos de Agricultura Familiar que vem sendo desenvolvido em Unidades da Empresa. Segundo ela, "o que a Embrapa pode fazer, e está fazendo, é desenvolver tecnologias que atendam as necessidades da sociedade em seus diversos segmentos e, com isso, melhorar a qualidade de vida dos agricultores, preservar o ambiente e os recursos naturais", ressalta.

Benami Bacaltchuk, respondendo às questões sobre agricultura familiar, falou sobre a missão da Unidade e enfatizou algumas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Trigo diretamente ligadas a este segmento como o desenvolvimento de cultivares de trigo rústicas, cultivares de milho varietais, cultivares de cevada, triticale e feijão, juntamente com a viabilização de sistemas de produção.

Com relação aos transgênicos, os representantes dos movimentos sociais fizeram 12 perguntas à Embrapa, levantando principalmente questões sobre os riscos da tecnologia para saúde humana e se a Empresa detém tecnologia e patente própria da soja transgênica.

Respondendo aos questionamentos, Marisa Barboza afirmou que a Embrapa não detém a patente do gene RR para soja, mas afirmou também que a Empresa está trabalhando no desenvolvimento de tecnologias referentes a esse assunto. Ela afirmou ainda que "o papel da Embrapa é trazer para dentro do país as tecnologias que estão sendo desenvolvidas no mundo avaliando seus impactos no Brasil".

A Diretora afirma ainda que a Embrapa não pode decidir se uma tecnologia deve ou não ser usada. "Podemos apenas esclarecer dúvidas e fornecer as informações possíveis para a tomada de decisões. A Embrapa se responsabiliza e garante a segurança das tecnologias desenvolvidas por ela", ressalta.

Encerrando a audiência, os representantes do movimento questionaram a Diretora da Embrapa e o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, sobre a continuidade das discussões. Diante disso, Benami Bacaltchuk afirmou que a Unidade está sempre aberta para o diálogo e Dra. Mariza Barbosa sugeriu que os movimentos encaminhem à Embrapa uma descrição das necessidades tecnológicas dos diversos segmentos, para que seja possível verificar o que a Empresa já desenvolveu e que pode ser utilizado e o que poderá ser desenvolvido em termos de novas tecnologias.

Ainda sobre a continuidade do diálogo, os dois candidatos à Chefia Geral da Embrapa Trigo, pesquisadores Delmar Pöttker e Erivelton S. Roman manifestaram-se favoráveis ao diálogo com os diversos segmentos da sociedade e salientaram a importância das pesquisas dirigidas para a pequena propriedade e agricultura familiar.

Lisandra Lunardi - Mtb. 9444/RS Embrapa Trigo Contatos: (54) 311.3444 - lisandra@cnpt.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Gestão

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