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Embrapa ajuda na reconstrução econômica de Angola

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Identificar as restrições para o desenvolvimento da pecuária e desenvolver um projeto de segurança alimentar para Angola são os objetivos do chefe-geral da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG), Duarte Vilela. Ele embarca no dia 1º de novembro para o país africano e fica durante três semanas fazendo um diagnóstico da produção animal angolana. "O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Agrário da Angola quer traçar diretrizes para as regiões promissoras para a agropecuária. Nestas três semanas, tentaremos fazer um diagnóstico da atividade agrícola no país, identificando as regiões mais promissoras para a produção de leite e carne bovina, além da criação de ovinos, caprinos, suínos e aves", diz Vilela. A partir daí, será redigida uma proposta para o desenvolvimento sustentável dessas atividades.

O convite para que Vilela integrasse a equipe que está implantando o projeto de revisão das estratégias e investimentos nos setores de pecuária e segurança alimentar de Angola (Review of agrculture sector and food security strategy and investment priority) partiu da FAO, órgão das Nações Unidas para a agricultura e alimentação.

A escolha da FAO pelo nome de Vilela se baseou na experiência de quase três décadas de pesquisa em bovinocultura de leite e na capacidade administrativa demonstrada à frente da Embrapa Gado de Leite, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Trabalhar nesse projeto será um grande desafio para o pesquisador. O país tem 15 milhões de habitantes, 42% deles vivendo no meio urbano. "A agricultura é quase toda de subsistência. Mesmo as regiões mais tecnificadas, como o norte, onde se produzia café para exportação, e o planalto central, onde se cultivavam lavouras de grãos, foram arrasadas pela guerra civil", constata Vilela.

25 anos de guerra civil - Um conflito iniciado em 1975 (após se tornar independente de Portugal) entre o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e União Nacional de Independência Total de Angola (UNITA), que durou 25 anos, praticamente dizimou a economia angolana. A guerra foi financiada pelo dinheiro obtido pela exploração de diamantes – importante atividade econômica do país. "Agora, o governo está engajado em processos de estabilização macro-econômica e de integração regional baseada numa política econômica de reformas", declarou a ministra do Planejamento, Ana Dias Lourenço.

Uma das conseqüências da guerra civil foi o grande êxodo ocorrido no país. Cerca de um terço da população angolana abandonou suas zonas de origem. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a Angola é o País africano com mais pessoas refugiadas internamente – cerca de quatro milhões. Outros 500 mil angolanos fugiram para os países vizinhos. Com o fim da guerra, essa população começa a voltar e governo precisa garantir trabalho e alimento para todos.

Rubens Neiva - Jornalista Embrapa Gado de Leite Contatos: (32) 3249-4712 / (32) 8812-0239 - neiva@cnpgl.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Transferência de Tecnologia 

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