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Cultivo e utilização da mandioca na alimentação humana e animal é tema de curso

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O Cultivo e a utilização da mandioca na alimentação humana e animal& é o tema de um curso que a Embrapa Semi-Árido,unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realiza nos dias 16 e 17 de outubro no Centro de Convenções Nilo Coelho, em Petrolina (PE).

Tradicionalmente, a produção de mandioca na Região Nordeste é colhida para o processamento de farinha. A diversidade de usos dessa cultura em regiões secas, no entanto, torna a mandioca uma das mais importantes culturas para assegurar bons níveis de sustentabilidade aos estabelecimentos rurais do semi-árido nordestino, afirma Alineaurea Florentino Silva, pesquisadora da Embrapa Semi-Árido e coordenadora do curso.

A mandioca é cultura de origem brasileira, cultivada em todo o país. A produção brasileira, segundo a CONAB, foi de 22,3 milhões de toneladas de raízes no ano de 2002, perdendo apenas para a Nigéria (30 milhões de toneladas). Na Região Nordeste é colhido o maior volume de mandioca do Brasil: são cerca de 8 milhões de toneladas.

A importância da cultura, também pode ser evidenciada pela existência de muitas unidades de pesquisa especializadas entre as quais se destacam a Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas-BA, o Centro de Raízes Tropicais em Botucatú-SP (CERAT), o Centro Internacional de Agricultura Tropical na Colombia (CIAT) e o Instituto Internacional de Agricultura Tropical, na Nigéria (IITA).

Tolerância à seca - A cultura é uma das mais importantes fontes de carboidratos para os consumidores das áreas rurais nos países tropicais da América Latina. A mandioca é produzida principalmente por produtores de pequeno porte, em sistemas de produção complexos, com pouco ou nenhum uso de tecnologia moderna, especialmente agroquímicos.

Tradicionalmente a produção de mandioca da Região Nordeste é orientada para produção de farinha. Porém, a mandioca (macaxeira) pode ser utilizada também in natura, cozida, acompanhando pratos regionais como bode assado e outros. A exploração da mandioca para fabricação de produtos para consumo humano pode ser uma alternativa viável economicamente para os pequenos produtores.

A pesquisa, no entanto, tem estimulado o uso da mandioca na alimentação animal, em especial nas áreas de chuvas irregulares e concentradas em poucos meses do ano, a exemplo do que ocorre no semi-árido nordestino, explica o pesquisador Gherman Garcia Leal de Araújo, da Embrapa Semi-Árido. A tolerância à seca é a mais importante característica da mandioca para cultivo nas regiões dependentes de chuva. A espécie apresenta alta capacidade de armazenar água em seus tecidos internos, um volume em torno de 8 litros/planta.

Além de tolerar a seca, e diferentemente da maioria das espécies, a mandioca possui elevado potencial produtivo, que permite aproveitar melhor os eventuais períodos de chuvas abundantes. Em condições favoráveis de clima e solo, já foram registradas produtividades de até 71,4 t/ha de raízes frescas, que corresponde a 25 t/ha/ano de matéria seca.

Mas, o uso da mandioca na alimentação animal tem outro importante motivo: a qualidade forrageira da planta. A composição nutritiva da parte aérea da mandioca apresenta grande variação qualitativa e quantitativa, porém na fase mais favorável do seu ciclo, é semelhante ao das melhores plantas forrageiras quando se considera proteína bruta, fibra bruta e nutrientes digestíveis totais, em comparação com algumas leguminosas.

A parte aérea da mandioca pode ser consumida pelos animais na forma "in natura", sob forma de silagem, feno ou peletizada, pura ou misturada com outros alimentos. As raízes de boa qualidade têm em média 35% de matéria seca e sob a forma de raspas quando comparadas ao milho têm valor energético semelhante e apenas um terço da proteína, o que pode ser compensado com o uso de alguma leguminosa na dieta dos animais.

Os dados estatísticos de produtividade da mandioca em 2001, foram de 13,7 e 10,8 t/ha, no Brasil e no Nordeste, respectivamente. Porém, resultados obtidos em Petrolina-PE com o uso de tecnologias simples, indicam a possibilidade de uma produtividade média superior a 12 t/ha em cultivos com dois ciclos (16 meses após o plantio). A produtividade da parte aérea total é semelhante à das raízes, porém a porcentagem da parte utilizada depende do estágio de desenvolvimento da planta e da qualidade desejada do material, podendo atingir até 80% em culturas com menos de 12 meses de idade.

Maiores informações Alineaurea Florentino Silva - pesquisadora Gherman Garcia Leal Araujo - pesquisador Marcelino Ribeiro – jornalista Embrapa Semi-Árido Contatos: (87) 3862-1711 - marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Programação Dia 16/10/03 - quinta-feira - pelestrante Alineaurea Florentino Silva, pesquisadora da Embrapa Semi-Árido 08h00 - Inscrições 08h20 - Abertura - Paulo Roberto Coelho Lopes, Chefe da Embrapa Semi-Árido 09h00 - Origem e características das plantas do gênero Manihot 4 10h00 - Intervalo 10h30 - Mandioca, maniçoba e pornunça: diferenças e potencialidades 12h00 - Almoço 14h00 - Cultivo da mandioca em condições irrigadas e dependentes de chuva 15h30 - Intervalo 15h45 - Utilização da mandioca na alimentação humana 17h30 - Discussões

Dia 17/10/03 - sexta-feira - palestrante Gherman Garcia Leal, pesquisador da Embrapa Semi-Árido 08h00 - Utilização da mandioca na alimentação animal 09h45 - Intervalo 10h00 - Visita técnica - Parte aérea de mandioca e raspa - 12h15 - Almoço 13h30 - Visita técnica - campos de produção e processamento de raízes de mandioca  

Tema: Produtos Agropecuários\Hortaliças\Mandioca 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/