01/10/03 |

Cultura do sisal é tema de encontro na PB

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Evento vai definir estratégias para revitalização da cultura
A Secretaria da Agricultura, Irrigação e Abastecimento do Estado da Paraíba realiza amanhã, 3, em parceira com Embrapa Algodão (Campina Grande, PB), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Encontro Regional do Sisal, no município de Barra de Santa Rosa. A Prefeitura municipal também é um dos realizadores do evento, que pretende definir estratégias para a revitalização da cultura da fibrosa nas regiões do Curimataú e Seridó paraibanos.

Segundo Marenilson Batista, pesquisador da Embrapa que fará palestra no encontro, a estratégia inicial deverá ser o incentivo do plantio consorciado do sisal com outras culturas tradicionais. "O consórcio com culturas alimentares, como milho, feijão ou forrageiras, como capim buffel, palma forrageira e leucena, visando fornecer alimento ao homem ou aos animais nas épocas de maior escassez alimentar, é uma alternativa interessante e capaz de proporcionar, ao produtor, uma renda extra no período improdutivo do sisal, além de minimizar os custos das capinas, exigidos pelas culturas envolvidas", ressalta o especialista.

Uma outra forma de redução dos custos de produção do sisal que pode ser usado pelos agaveicultores da região, é o consórcio sisal x bovinos, através do pastoreio direto, em que o animal aproveita o pasto natural e as folhas dos filhotes menores da agave, como alimento. Este tipo de consórcio é realizado a partir da primeira colheita, época em que o sisal está completamente formado, proporcionando espaço maior para a circulação dos animais. Outra modalidade de consórcio é aquela feita com caprinos e ovinos; neste caso, observa-se que o caprino danifica as folhas do sisal, principalmente as mais tenras, enquanto o ovino, por ser um animal mais seletivo no que concerne à palatalização, permite o consórcio a partir do primeiro ano sem dano à cultura.

A Embrapa Algodão tem um outro desafio no aprimoramento do setor primário da cadeia produtiva do sisal: incentivar os produtores a classificarem a fibra na hora de fornecerem o produto para as indústrias de beneficiamento. Elas são classificadas em cinco grupos diferentes: extra longa (fibras acima de 111 centímetros), longa (medindo entre 90 e 110 cm), média (de 71 a 90 cm) e curta (com tamanho entre 60 e 70 cm). "Com certeza os agricultores conseguiriam obter melhores preços se fizessem a classificação da folha por tamanho, antes do desfibramento", atesta Batista.

O Brasil é o maior produtor mundial de sisal, com uma produção anual de fibras de cerca de 110 mil toneladas. A Paraíba é o segundo produtor nacional, produzindo 6 mil toneladas de fibra por ano. A fibra é industrializada e convertida em corda, barbante, tapetes, sacos, bolsas, chapéus, vassouras, artesanato e também como componente de compósitos automobilístico.

No ano passado o país exportou 51.354 toneladas de sisal e seus manufaturados, sendo que 51,6% deste volume foi consumido apenas pelos Estados Unidos. Outros grandes comprados internacionais são México e Portugal. A tonelada do sisal preparado chegou a ser vendida por até US$ 300,00 em 2002. Na mesma época, o preço mínimo do sisal bruto para o produtor foi de R$ 0,42 e de R$ 0,46 para o sisal preparado.

O evento deve ser iniciado a partir das 8h30, com a presença do secretário Francisco de Assis Quintans. Está prevista ainda visita técnica dos participantes ao assentamento Riacho da Cruz, onde a Embrapa mantém instalada uma Unidade Técnica Demonstrativa (UTD), para o fomento de transferência de tecnologias para os agricultores interessados na cultura sisaleira. O encontro é apoiado pelo Sebrae, BNB, Banco do Brasil, Emater-PB e entidades de representação dos agricultores.

Dalmo Oliveira - MTbPB 0598/PB Embrapa Algodão Contatos: (83) 315.4361 – dalmo@cnpa.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Matérias Primas\Algodão 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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