A bióloga Ana Carolina de Souza Chagas, pesquisadora da área de sanidade animal da Embrapa Caprinos (Sobral, CE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolveu durante sua tese de doutorado o produto 'Concentrado emulsionável do óleo essencial do Eucalyptus staigeriana contra parasitas', cuja patente foi requerida nacional e internacionalmente. Este produto foi desenvolvido em uma parceria com a Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) e rendeu a esta instituição a premiação na categoria 'Instituição de Pesquisa' do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica - Etapa Sudeste. Nesta mesma categoria, onde concorreram mais de 100 inscritos, foram premiados também a UFSCar e o Ipen, ambos sediados no Estado de São Paulo.

Além de 'instituição de pesquisa', o prêmio tem as categorias 'processo', 'produto', 'grande empresa' e 'pequena empresa'. Os 15 vencedores (três em cada categoria) foram anunciados neste mês, em São Paulo. O campeão de cada categoria concorrerá à premiação nacional, que acontece em 30 de outubro em Brasília-DF.

O produto foi desenvolvido a partir de óleos essenciais de eucalipto como alternativa ecológica e comercial aos carrapaticidas sintéticos de bovinos, possuindo também efeito sobre pragas de grãos armazenados. Projetos estão sendo desenvolvidos na Embrapa Caprinos, situada em Sobral – Ceará, no sentido de se testar este produto contra ectoparasitas e endoparasitas de pequenos ruminantes, já que estes provocam grandes prejuízos na caprino-ovinocultura brasileira e têm desenvolvido forte resistência aos produtos comerciais tradicionais utilizados em seu controle.

Atualmente pode-se observar uma preocupação crescente da população consumidora no que se refere a resíduos no leite, carne e seus derivados, de produtos químicos tais como inseticidas, vermífugos, antibióticos e outros. Diante desta realidade, é notório o interesse científico na utilização de alternativas ao controle químico, já que produtos originados de plantas tendem a ter baixa toxicidade aos mamíferos, rápida degradação e desenvolvimento lento da resistência. Tais características fazem com que os bioparasiticidas tenham um apelo comercial muito grande, permitindo o controle dos parasitas de uma maneira menos agressiva ao meio ambiente.

O concentrado é decorrente dos estudos realizados pelo pesquisador Hélio Teixeira Prates da Embrapa Milho e Sorgo em sua tese de doutorado e foi desenvolvido sob a orientação do professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Romário Cerqueira Leite, ambos também detentores do pedido de patente. Ocorreu também a participação do veterinário da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), John Furlong; do professor do Curso de Controle de Vetores da Fiocruz e pesquisador do PSI/Embrapa/UFRJ, Wanderley Mascarenhas Passos, e da professora do Departamento de Química da UFMG, Isabel Cristina Pereira Fortes.

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