01/11/03 |

Seminário debate experiência bem sucedidas de convivência com o semi-árido

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O Ceará tem uma vez e meia mais água que o Rio de Janeiro e uma vez mais que São Paulo. O Piauí tem quatro vezes mais água que São Paulo. Pernambuco, que é o estado brasileiro com menor quantidade de água por pessoa, está além do índice que a Organização das Nações Unidas (ONU) aponta como sintoma de escassez para a população. Falta de água, portanto, não é o problema maior do semi-árido nordestino. O problema é de gestão dos recursos hídricos da região, afirma Roberto Malvezzi, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ele fez a palestra de abertura do seminário "Desenvolvimento Sustentável e Solidário do Bioma Caatinga" que acontece na cidade de Petrolina (PE) até o dia 21 de novembro.

O evento é organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e pretende estabelecer um diálogo entre o governo e a sociedade civil na busca de alternativas agrícolas e ambientais sustentáveis para uma região que precisa afirmar a lógica da convivência com a seca em contraposição à da "indústria da seca", explica Malvezzi. Segundo ele, o movimento social tem experiências bem sucedidas e adequadas à realidade da população do semi-árido. No município de Campo Alegre de Lourdes (BA), cerca de 75% das residências rurais já contam com água rurais graças ao trabalho de construção de cisternas promovido pelo Sindicato de Trabalhadores Rurais e a CPT. Neste município, ainda, agricultores chegaram a colher cerca de 257  litros de mel só com a mudança das práticas extrativistas.

Uso sustentável - O evento está reunindo cerca de 150 técnicos de instituições públicas e de organizações não governamentais que trabalham dentro do ecossistema caatinga. O objetivo é discutir a utilização sustentável do bioma caatinga. Para a pesquisadora Lucia Helena Piedade Kiill, da Embrapa Semi-Árido (Petrolina, PE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, há vários ações sendo realizadas na região envolvendo muitas entidades do movimento social que se encontram, de certa forma, dispersas e que precisam ser melhor articuladas e discutidas para que se possa potencializar sua viabilidade no âmbito de soluções para o semi-árido nordestino.

Os debates e discussões devem produzir um documento que reunirá as iniciativas voltadas para o Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Caatinga que já estão implantadas, as que se encontram em fase de implantação e as que serão propostas para serem implantadas. A identificação dessas iniciativas servirá de subsídios para formular diretrizes que irão nortear as ações de políticas públicas, com foco na segurança alimentar e qualidade de vida, com a conservação dos recursos naturais e utilização racional dos recursos naturais.

Mais informações: Lúcia Helena Piedade Kiill - pesquisadora, Embrapa Semi-Árido Contatos: (87) 3861 4442

Marcelino Ribeiro – Jornalista Embrapa Semi-Árido Contatos: (87) 3862-1711 - marcelrn@cpatsa.embrapa.br  

Tema: Ecossistema\Semi-Árido 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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