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Combate as enfermidades animais são intensificadas em Rondônia

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A Embrapa Rondônia sedia na próxima semana, entre os dias 17 e 21 de novembro, a terceira edição do curso "Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) e Noções em Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EET)". Vinte e um veterinários das redes pública (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Emater/RO e Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social, Seapes) e privada receberão as instruções no combate às enfermidades de especialistas na Unidade da Embrapa no Estado (veja localização da empresa no final da matéria).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) irá oficializar em Rondônia a implantação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) a partir de janeiro do próximo ano. Pecuaristas de todos os Estados deverão se adequar às normas do Mapa, vacinando as fêmeas bovinas e bubalinas de três a oito meses de idade contra a brucelose. Para o combate à tuberculose, os produtores deverão realizar testes que acusam a doença, já que não existe vacina para a enfermidade.

Somente profissionais credenciados ou cadastrados pelo Mapa (neste último caso, permitidos a vacinarem os rebanhos contra a brucelose), estarão autorizados a efetuar o combate às duas doenças, já que a vacina "B 19", utilizada para a prevenção da brucelose, é patogênica para o homem.

A Embrapa Rondônia, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está autorizada a ministrar os treinamentos em Rondônia.  O Estado é o primeiro da região Norte a implantar o Programa, o qual será responsável pela "Certificação de Propriedades Livres e Monitoradas de Brucelose e Tuberculose" a partir de janeiro de 2004, seguindo a Instrução Normativa nº 02 de 10/10/2001 da Secretaria de Defesa Agropecuária.

Até o momento, 41 veterinários já foram treinados. A partir de janeiro do próximo ano é a vez do Acre se adequar às exigências do Mapa. Além da brucelose e da tuberculose, o PNCEBT dá ênfase às encefalopatias, doenças do sistema nervoso dos rebanhos, como a raiva e a doença da vaca louca. Em bovinos e bubalinos, os sintomas da brucelose - causada pela bactéria Brucella abortus - são abortos no terço final de gestação dos animais.

"Depois de um ou dois abortos, a criação consegue procriar e o produtor pensa que o rebanho não está doente. O cuidado deve ser redobrado", diz o médico-veterinário da Embrapa Rondônia Francelino Goulart da Silva Netto, um dos instrutores do treinamento do Mapa. A tuberculose quase não apresenta sintomas, representando um perigo ainda maior para os consumidores. "Testes periódicos devem ser realizados", reforça.

Fiscalização e saúde pública - Após a oficialização do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal, os órgãos estaduais de fiscalização sanitária deverão atuar com rigidez na fiscalização dos animais. "Será exercido um intenso controle no trânsito de animais e postos serão implantados em rodovias e em eventos como leilões, feiras e exposições.

Barreiras móveis também começarão a funcionar em regiões a serem definidas no Estado", explica o médico-veterinário da Embrapa Rondônia. Os cursos são estratégias para dizimar as duas doenças, responsáveis por sérias implicações na saúde pública.

"Dados de notificação oficiais mostram que a brucelose atingiu entre 4 e 5% do rebanho de bovinos e bubalinos no período entre 1988 e 1998", revela Goulart. "A tuberculose atacou 1,3% do rebanho no mesmo período", completa. A brucelose ataca o aparelho genital feminino e masculino, provocando inflamações nos órgãos e infertilidade. É transmitida pelo leite in natura, carne crua (quando manuseada) ou mal passada, restos fetais abortados e pela coleta de sangue para exame. Já a tuberculose pode atingir  todos os tecidos do organismo, sendo que 90% das contaminações ocorrem pela via respiratória.

Riscos - Assim como nos animais, a bactéria da brucelose se localiza principalmente no aparelho genital dos homens (testículos) e das mulheres (útero e ovários). Os sintomas da doença em seres humanos são febre, dor de cabeça, debilidade, dores musculares e articulares, sudorese noturna e prostração. A tuberculose causa problemas respiratórios, febre e outros sintomas. Se não forem tratadas podem levar à morte. "O tratamento é demorado, sofrível e caro", alerta o veterinário.

Segundo Goulart, o consumidor deve adquirir produtos de origem animal de estabelecimentos idôneos, que comercializam produtos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.). "Outro conselho é que a carne seja muito bem passada quando for consumida. O leite in natura também deve ser fervido", completa Francelino Netto.

Carnes de aves e outros animais, como suínos, ovinos e caprinos, devem ser consumidas com o mesmo cuidado. Na semana de 15 a 19 de dezembro acontece a última etapa do treinamento em 2003. Os cursos são divididos em teoria (histórico das duas doenças, evolução, caracterização, sintomas e implicações na saúde pública) e prática (em laboratórios da Embrapa Rondônia e propriedades rurais).  Abaixo, veja detalhes da programação.

Evento: Terceiro Seminário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) e Noções em Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EET) Público: Médicos-veterinários da rede pública e da iniciativa privada Data: 17 a 21 de novembro de 2003 Local: Embrapa Rondônia (parte teórica e prática de brucelose) Rodovia BR 364, km 5,5 - Caixa Postal 406, Tel.: (69) 225-9387 Equipe: Médicos-veterinários, Francelino Goulart da Silva Netto (Embrapa Rondônia), Francisco Aloísio Cavalcante (EmbrapaAcre), Bethyzabel dos Anjos Santos (DFA/RO) e Francisco Glauco Araújo Santos (Universidade Federal do Acre).

Guilherme Ferreira Viana - MTb 06566 JP/MG Embrapa Rondônia Contatos: (69) 225-9387/222-0014 (ramal 6530) - gfviana@cpafro.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Pecuária e Pastagens\Gado de Corte\Carne

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