01/11/03 |

Pesquisa genética garante produtividade do guaraná

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O Estado do Amazonas começa a dar sinais de recuperação na produtividade de sementes de guaraná, depois de perder espaço para a Bahia.  O renascimento vem pelas mãos da pesquisa genética. Após 30 anos de estudos - que levaram à formação do maior banco de germoplasma da espécie no mundo - a Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus, AM) vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolveu clones resistentes a doenças e até dez vezes mais produtivos que os guaranazeiros convencionais.

Fruto da pesquisa e da parceria com instituições públicas, como o Governo do Estado e Prefeitura de Maués (distante 260 km de Manaus) e da iniciativa privada, como a AmBev, a empresa realizará, na segunda-feira, 17 de novembro, um balanço de sua atuação frente ao desenvolvimento da cultura do guaraná, após dia de campo com produtores rurais de Maués. O evento vai reunir cerca de 300 produtores rurais da região do baixo Amazonas e terá ainda, por finalidade, aliar as informações da pesquisa feita pela Embrapa, com as praticadas pela extensão rural e fomento à cultura do guaraná naquela região, considerada a maior produtora do Amazonas.

A Embrapa já disponibilizou no mercado, 12 clones de guaraná, tendo sido amplamente testados e aprovados quanto ao potencial produtivo e tolerância à antracnose, principal doença do guaranazeiro. Os clones da Embrapa chegam à fase adulta em 1,5 ano, metade do tempo normal, e produz 16 a 24 quilos de cafeína por hectare, em relação ao rendimento de 1,6 a 4 quilos por hectare obtido pelos agricultores amazonenses. ``As mudas clonadas têm produtividade de 400 quilos de sementes por hectare. Nos plantios existentes são necessários 10 hectares para produzir a mesma quantidade de guaraná. Os clones ajudam a reduzir o impacto ambiental da lavoura``', destaca o pesquisador André Atroch.

A baixa produtividade, decorrente de tratos culturais ultrapassados e da não renovação das lavouras, foi o que levou o Amazonas a ser ultrapassado pela Bahia, mesmo tendo uma área plantada maior. A produção está concentrada nos municípios da região do baixo Amazonas, com destaque para Maués, de onde sai cerca de 70% da produção amazonense que, este ano deve superar as 300 toneladas dos anos anteriores, de acordo com a previsão da Embrapa.

Otimista com o aumento da produtividade, o prefeito de Maués, Sidney Leite afirma que o lucro global com o aumento da safra deve chegar a R$ 2 milhões, contra R$ 1,89 milhão alcançado em 2002/2003, pelos 3 mil produtores de guaraná do município. Segundo ele, o aumento é resultante de um acordo fixando em R$ 7 o quilo do produto, firmado em julho passado pela prefeitura do município e governo do Estado com a AmBev, fabricante do Guaraná Antarctica e principal compradora de sementes seca de guaraná. Na safra anterior, o quilo foi vendido a R$ 6,30.

O prefeito aponta ainda a parceria com a Embrapa e o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário (Idam), que dão suporte à Secretaria Municipal de Fomento, Produção e Abastecimento (Sempror), na assistência técnica aos agricultores que trabalham nos 12 pólos de desenvolvimento sustentável do município.

Seminário Técnico - Com a finalidade de capacitar os  extensionistas e técnicos do Idam, da Prefeitura de Maués e da Ambev, para as exigências de uma mercado cada vez mais competitivo, será realizado, no período de 18 a 21 de novembro, o Seminário Técnico de Planejamento, Gerência e Manejo Agronômico da Cultura do Guaraná, no Campo Experimental da Embrapa e no Auditório da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), em Maués. Os participantes servirão de multiplicadores junto aos produtores.

Nesse curso, serão repassadas informações básicas da cultura, que possibilitarão à identificação de aspectos sociais e econômicos da cultura do guaraná; programa de melhoramento genético e clones recomendados pela Embrapa, importância e características. O treinamento vai abordar ainda métodos de gerenciamento e de comportamento frente ao agronegócio do guaraná. O treinamento será ministrado por pesquisadores e técnicos da Embrapa, gerentes da AmBev e consultores do Sebrae/AM.

Maria José Tupinambá - MTb 114/AM Embrapa Amazônia Ocidental Contato: (92) 621-0300 – 0406 - maria@cpaa.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Tropicais 

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