01/11/03 |

Primeiros diretores da Embrapa são homenageados em Brasília

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Um "grupo de visionários", uma "equipe fantástica" e um "time vitorioso": assim foram descritos os pesquisadores José Irineu Cabral, Eliseu Roberto de Andrade Alves, Edmundo da Fontoura Gastal, Roberto Meirelles de Miranda e Almiro Blumenschein, durante a homenagem promovida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no dia 26 de novembro de 2003, no Auditório da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF).

No começo da década de 70 os cinco pesquisadores participaram da discussão e criação de uma estrutura de pesquisa agropecuária nacional. "A idéia era buscar uma solução para a carência de pesquisa na área rural do país. Os estudos evoluíram para um relatório, o famoso 'livro preto' na época, e esse trabalho acabou gerando a fundação da Embrapa, em 1973", lembrou Clayton Campanhola, atual diretor-presidente da Empresa. Os cinco foram então nomeados os primeiros diretores-executivos da Embrapa.

A solenidade de homenagem ocorreu durante a reunião anual de Chefes das Unidades Centralizadas e Descentralizadas da Embrapa e contou com a presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues; do secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Valter Bianchini; do conselheiro de Administração da Embrapa, Mauro Durante; e da presidente do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Instituição de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Selma Beltrão.

"Esses cinco homens deram início a um grandioso trabalho que deu sustentação a todo avanço do agronegócio brasileiro, cujos principais frutos colhemos durante os 30 anos de atuação da Embrapa", afirmou Campanhola. A instituição fez parte do pilar que deu suporte ao desenvolvimento da agropecuária brasileira, apoiada no crédito rural, na extensão rural e na pesquisa.

"O nosso maior desafio agora não é somente manter a Embrapa no patamar em que ela chegou no Brasil. É aumentar ainda mais esse patamar", concluiu o diretor-presidente. Emocionado, o ministro Roberto Rodrigues complementou o raciocínio de Campanhola, dizendo que essa será uma responsabilidade gigantesca. "Temos um conjunto de desafios enormes nas nossas mãos. Mas tenho certeza de que a Embrapa tem clareza do que vai fazer pela frente porque ela teve muita clareza do que fez no passado".

Rodrigues fez também um resumo de como estão as negociações do Brasil com relação à Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e ressaltou o trabalho da Embrapa nesse processo. "A questão da Alca está diretamente ligada à competitividade do agronegócio brasileiro e a tecnologia é de longe o fator mais importante para ficarmos cada vez mais competitivos". Ele lembrou ainda um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que comprovou que a mola propulsora para o sucesso do agronegócio nacional foi mesmo o processo tecnológico.

"Espero que vocês mantenham esse paradigma da Embrapa, mas avancem em outros setores, hoje estratégicos para a nossa sociedade, como a agricultura familiar, a agricultura orgânica, o meio ambiente, o sequestro de carbono etc. E tenho certeza de que com essa equipe fantástica, nosso desafio será vencido, com a capacidade que vocês sempre demonstraram até agora", concluiu.

Pioneiros – Quem falou em nome dos cinco homenageados durante a cerimônia foi o pesquisador José Irineu Cabral, primeiro diretor-presidente da Embrapa. Ele agradeceu emocionado à homenagem aos pioneiros da criação da Empresa. "Nós, que ajudamos a construir essa saga chamada Embrapa nos sentimos honrados e orgulhosos. E mais feliz ainda de que esse resgate da memória de nossa instituição aconteça aqui, na Embrapa Cerrados, já que a ocupação do Cerrado brasileiro constitui-se numa síntese da proposta de criação da Embrapa: atuar com ousadia, atuar com muito trabalho e trabalhar com estratégias inteligentes para desenvolver esse país".

Irineu fez também algumas reflexões sobre o futuro da Embrapa e lembrou alguns focos que hoje tornam a Empresa vulnerável em virtude do crescimento do agronegócio e que merecem atenção especial do Governo a partir de agora, como a concepção de uma agenda pró-ativa para enfrentar os desafios futuros, a criação de mecanismos sólidos para a estabilidade financeira da Embrapa, a reconstrução do sistema cooperativo e de extensão rural no país, a recuperação das instituições de pesquisas estaduais, a renovação urgente de quadros de pesquisadores e a necessidade de investimentos em novos equipamentos e laboratórios. "O sonho de 1972 está em plena realização. Estamos felizes com a homenagem e com o reconhecimento de que somos alguns dos fundadores deste grande orgulho que é a Embrapa", concluiu ele.

Robinson Cipriano - Jornalista Assessoria de Comunicação Social da Embrapa Contatos: (61) 448-4113 - robinson@sede.embrapa.br  

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