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Citros: Embrapa lança zoneamento climático em Pelotas, RS

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A Embrapa Clima Temperado(Pelotas, RS),unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresentou hoje, sexta-feira, dia 28 de novembro, em seminário interno na sede da unidade, no km 78 da BR-392, os primeiros resultados do zoneamento agroclimático para citros no Rio Grande do Sul, especialmente para laranja e tangerina (bergamota).

O estudo, liderado pelo pesquisador Marcos Wrege, da Embrapa Clima Temperado, apresenta grande relevância para o incremento da produção de citros no RS, pois indica com precisão as áreas onde é mais recomendável o cultivo de laranjas e bergamotas e também as localidades onde ele não apresenta viabilidades.

O trabalho tem tido a colaboração da Emater e apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e dele participam, além de Wrege,  um grupo de investigadores da Embrapa especialistas em agroclimatologia e fruticultura. O zoneamento será agora lançado oficialmente na sede da unidade em Pelotas e em mais três pontos do território gaúcho onde a citricultura já vem sendo conduzida de forma promissora, em articulação com prefeituras, cooperativas e outras organizações públicas e privadas: São Sebastião do Caí, Rosário do Sul e Santo Augusto. Em tais locais, parceiros da Embrapa Clima Temperado vêm apostando na citricultura de mesa como alternativa rentável para diversificação, a partir de opções como híbridos de alta produtividade e frutas sem sementes.

O estudo - O estudo realizado pela Embrapa Clima Temperado levou em conta como fatores determinantes a ocorrência de geadas e a soma térmica (temperaturas situadas entre 12,8 e 37 graus celsius). Com base nisso, o território gaúcho foi dividido em seis faixas, que vão desde o francamente recomendável para o cultivo de citros, até regiões inaptas, onde é improvável o desenvolvimento econômico das espécies.

As regiões mais recomendáveis são, em primeiro lugar, a faixa de fronteira com a Argentina (de São Borja a Alpestre-Nonoai), apta para todas as cultivares, utilizando qualquer porta-enxerto. A soma térmica varia de 2.500 a 2.900 graus-dia e o risco de geada é inferior a 30%. A segunda região mais recomendável é o Vale do Taquari, região tradicionalmente produtora, mas muito comprometida nos últimos anos em função da existência de cancro cítrico, doença que não pode ser controlada.

Na Zona Sul do Estado (Pelotas, Canguçu, Rio Grande) e parte da Fronteira (Bagé, Santana do Livramento) predominam os locais aptos para cultivares de ciclo precoce, utilizando porta-enxertos tolerantes ao frio. Em tais locais, a soma térmica varia de 1800 a 2000 graus-dia e o risco de geada situa-se entre 40 e 50%.

As regiões inaptas são as que apresentam um risco de geada superior a 50% e a soma térmica é inferior a 1800 graus-dia. São considerados impróprios para citros a região de Vacaria e seu entorno e, na Zona Sul, partes dos municípios de Santa Vitória do Palmar, Pinheiro Machado, Herval, Piratini, Pedras Altas, Arroio Grande e Jaguarão.

Em breve, serão disponibilizados conjuntos de mapas com os resultados do estudo, os quais poderão ser consultados pelos interessados, além da própria Embrapa, em escritórios municipais e regionais da Emater, prefeituras e outras instituições. A Embrapa Clima Temperado já dispõe de tabelas contendo as cultivares de citros e os porta-enxertos recomendados para cada região apta ao cultivo no Rio Grande do Sul.

No Seminário de apresentação do estudo de zoneamento, a equipe do projeto mostrou-se bastante otimista com as perspectivas da citricultura. Roberto Pedroso, um dos pesquisadores que participa do trabalho, está convencido de que as condições do RS são as melhores do País para a produção de citros de mesa.

Segundo ele, o trabalho da Embrapa  com tais frutas começou há apenas três anos e hoje ela é a principal referência em tais pesquisas. Pedroso ressaltou a importância das ações conjuntas com a Emater, pelo conhecimento territorial que a extensão possui e sublinhou que as novas zonas de plantio devem evitar regiões onde há cancro cítrico.

Um dos próximos passos da pesquisa será agora construir o zoneamento agroclimático para citros nos Estados de Santa Catarina e Paraná, cujos territórios encontram-se dentro da zona de abrangência da missão da Embrapa Clima Temperado.

 

Tema: Ecossistema\Clima Temperado 

Mais informações sobre o tema
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